Uma semana após a operação das forças policiais no Rio de Janeiro, que resultou em 121 mortes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a ação, chamando-a de “matança” e “desastrosa”. Durante uma entrevista para agências internacionais, Lula destacou que, embora a operação possa ser considerada um sucesso pelo número de mortes, ela representa uma falha na atuação do Estado. O presidente, que está em Belém para os preparativos da COP30, afirmou que o governo federal deve investigar possíveis irregularidades relacionadas às mortes ocorridas no confronto, mencionando a possibilidade de participação de legistas da Polícia Federal na investigação e ressaltando que não houve uma ordem de matança, apesar do número de vítimas.
Lula também comentou sobre o conflito entre os EUA e a Venezuela, manifestando esperança de que não evolua para uma invasão terrestre. Ele criticou a postura do governo de Donald Trump, que apoiaria ações contra o narcotráfico na América Latina, incluindo ataques a barcos suspeitos, que resultaram em 61 mortes. O presidente enfatizou a importância do diálogo para resolver questões políticas, defendendo que conflitos não devem ser resolvidos com armas.
Há um temor na região de que a ofensiva contra a Venezuela possa escalar para ataques terrestres, numa tentativa de depor o regime de Nicolás Maduro, o que poderia desestabilizar a América do Sul. Lula manifestou preocupação com a interferência americana no continente e afirmou que o Brasil abordará o tema na Cúpula da Celac, em novembro, na Colômbia, embora não pretenda participar devido a compromissos em Fernando de Noronha. Ele reforçou que a atuação das forças armadas dos países é legítima no combate ao narcotráfico, e que os Estados Unidos poderiam colaborar nesse esforço, ao invés de ficar agindo unilateralmente na região.






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