Jogo Sujo

Banpará encerra contrato com Kroll e Lefosse para investigação forense em cima de denúncias de corrupção

Banco havia contratado as duas empresas no início de março, após denúncias de corrupção contra a presidente, Ruth Mello; CEO foi afastada, mas voltou ao cargo no fim de fevereiro, por liminar da Justiça

Banco havia contratado as duas empresas no início de março, após denúncias de corrupção contra a presidente, Ruth Mello; CEO foi afastada, mas voltou ao cargo no fim de fevereiro, por liminar da Justiça

A instituição havia contratado as duas empresas para investigação forense no início de março, após denúncias de corrupção contra a presidente, Ruth Mello.

No comunicado, o banco afirma que adotará “providências quanto às ações necessárias e legais para que não haja a descontinuidade do alcance do objetivo da Instituição Financeira quanto ao assunto, qual seja, a efetiva publicação das Demonstrações Financeiras de 2022, até o mês de setembro deste corrente ano, prazo previsto no Comunicado ao Mercado de 15 de maio de 2023.”

No fim de março, o Banpará decidiu suspender a publicação do balanço de 2022 em razão da necessidade de conclusão dos trabalhos dos auditores independentes. Segundo o Valor apurou, a KPMG, que audita o balanço do banco, vinha pressionando pela contratação de uma consultoria externa, sob ameaça de não assinar as demonstrações financeiras da instituição.

Com a suspensão, em junho, a Moody’s, que em abril havia colocado o rating do Banpará em revisão para possível rebaixamento, efetivou a redução na nota da instituição, que passou para “AA-.br”, com perspectiva negativa.

Ainda segundo o fato relevante, assinado por Igor Barbosa Gonçalves, diretor de Controle, Risco e Relações com Investidores, a companhia diz que “já está conduzindo, da forma mais célere possível e dentro dos requisitos legais, os procedimentos necessários para que esteja em conformidade com suas publicações das Demonstrações Financeiras Padronizadas (DFP) de 2022 e Informações Trimestrais (ITR) de 2023.”

Ruth foi afastada pelo conselho de administração da presidência do banco em setembro de 2022, quando uma denúncia anônima feita por funcionários foi encaminhada ao conselho de administração, apontando supostas irregularidades cometidas por ela e o vice-presidente financeiro, Vando Ferreira.

A acusação é de que eles estavam interferindo no fluxo de pagamentos a fornecedores, cobrando propina para liberar esses pagamentos e favorecendo determinadas empresas. Uma delas é a Lanlink, onde trabalhava o companheiro de Ruth, Celso Penalber. Ela voltou ao cargo no fim de fevereiro, graças a uma liminar da Justiça.

A Lanlink enviou comunicado informando que o Banpará emitiu comunicado ao mercado, à B3 e à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) informando que a sua auditoria interna não identificou irregularidades na conduta de membros de sua administração e nos trâmites do contrato com a empresa. “Reforçamos que o negócio realizado com o Banpará trouxe economia ao banco e seguiu todos os procedimentos previstos na Lei de Licitações e em nossa política de Compliance. Lamentamos a reincidência da menção ao nosso nome”. A empresa afirma ainda no comundicado que “qualquer órgão ou auditoria que queira investigar nossos contratos com a instituição financeira terá nossa total e irrestrita colaboração, já que nossa conduta nesse e demais clientes sempre foi e será pautada pela integridade e respeito à legislação”.

Fonte: Valor Econômico

Redação

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