A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (26/4) uma operação para colher novas provas sobre a denúncia de desvios na compra de respiradores pelo consórcio Nordeste. Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos contra empresários, laranjas e lobistas em cidades nordestinas.
A suspeita investigada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) paira sobre um contrato de R$ 45 milhões para comprar 300 respiradores que seriam usados no enfrentamento à pandemia da Covid-19. Os produtos, no entanto, nunca foram entregues.
Um dos investigados é o governador da Bahia, Rui Costa, presidente do consórcio à época dos fatos, que autorizou a compra. Os governadores do Nordeste compraram os equipamentos em abril, após uma apreensão de carga com 600 equipamentos em Miami, durante translado da China. Na ocasião, não houve pagamento antecipado.
Cada Estado do Nordeste teria direito a 30 equipamentos, por R$ 4.947.535,90, exceto a Bahia, que pagou o dobro do valor para 60 respiradores. De acordo com a Hempcare Pharma, a compra na China se tornou inviabilizada quando a empresa verificou, ainda em território chinês, que os equipamentos adquiridos tinham defeito de fábrica nas válvulas pneumáticas.
Enquanto a empresa alegava que havia um acordo para a devolução dos recursos até 10 de junho, o Consórcio Nordeste buscava medidas judiciais. O dinheiro pago antecipadamente teria sido usado para a compra de 480 respiradores que dependiam da aprovação da Anvisa para liberação, alegou a empresa.
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