Jogo Sujo

Lava Jato: Filho de doleiro é condenado a 1 ano e 8 meses de prestação de serviços comunitários

A Justiça Federal condenou Rafael Henrique Srour, filho do doleiro Raul Srour, em um processo da Operação Lava Jato, por usar dados de terceiros sem consentimento para ocultar a identidade de destinatários de operações de câmbio ilícitas na empresa do pai. Cabe recurso à decisão.

A decisão foi do juiz Luiz Antônio Bonat, da 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba, responsável pelas ações da Lava Jato.

Rafael foi condenado nesta sexta-feira (14/08) a um ano e oito meses de prisão, mas teve a pena convertida em prestação de serviços comunitários – pelo mesmo período – e ao pagamento de 10 salários mínimos para uma entidade assistencial.

Bonat justificou que o condenado, que é réu primário e confessou o crime, tem “elevado potencial de ressocialização” e que a prestação pecuniária “de certa forma, compensa a sociedade, vítima do crime”.

“As listas e relações de operações juntadas demonstram a realização de pelo menos 823 crimes de operação de câmbio com falsa identidade, no montante de cerca de US$ 1.332.097,54, no período compreendido entre janeiro de 2014 a 17/03/2014”, afirma o juiz.

As operações, conforme a decisão, eram feitas para clientes da Districash – empresa do pai do condenado. “A confissão de Rafael é corroborada por conversas de telefone dele interceptadas, que confirmam que atuava na negociação de moeda estrangeira”, aponta.

“Assim, pelo exposto, resta devidamente demonstrada a autoria de Rafael, que realizou operações de câmbio atribuindo a terceiro, falsa identidade, bem como teve participação em crimes da mesma espécie ao fornecer suas contas bancárias para a operacionalização do crime”, diz trecho.

O processo foi desmembrado, em março de 2015, da ação em que o pai do rapaz foi condenado a sete anos e dois meses de prisão, em abril de 2016, pelos crimes de lavagem de dinheiro e operação fraudulenta de câmbio.

Raul Srour foi apontado pelo Ministério Público Federal (MPF) como líder de um grupo acusado de atuar no mercado negro fraudando identidades para realizar operações de câmbio.

Procurada, a defesa de Rafael Srour afirmou que vai recorrer da decisão. O G1 tenta contato com os advogados de Raul Srour.

Foto: Divulgação

 

Redação

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