Jogo Sujo

Líder de desvios de verbas da Saúde em SP, médico é condenado a 104 anos de prisão

médico anestesista Cleudson Garcia Montali

Apontado como líder de uma organização criminosa acusada de desviar dinheiro público da Saúde de Penápolis (SP), o médico anestesista Cleudson Garcia Montali foi condenado a 104 anos de prisão em regime fechado. Preso durante a Operação Raio X, deflagrada em setembro de 2020 pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e pela Polícia Civil, Cleudson foi condenado por corrupção e peculato. No entanto, ele foi absolvido do crime de fraude em licitação.

O médico também terá de pagar R$ 947 mil aos cofres da Prefeitura de Penápolis (SP). As outras sete pessoas presas no âmbito da operação também foram condenadas a penas que variam de 75 a 19 anos de prisão no regime fechado.

Os investigadores apontam que a organização criminosa era liderada pelo médico, que foi diretor de várias unidades de saúde, chegou a ser homenageado com o título de cidadão Emérito nos municípios de Birigui e Agudos.

Por meio da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Birigui e Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Pacaembu, foram fechados contratos de gestão mediante licitações fraudulentas com o poder público para administrar a saúde de diversos municípios. Parte do dinheiro repassado foi desviado por força do contrato de gestão às referidas Organizações Sociais (OSs). O cenário da pandemia foi visto como uma oportunidade única para desviar dinheiro pela vasta rede de contatos criminosos em diversas localidades.

O réu agia por meio das Organizações Sociais de Birigui e Pacaembu, mas também vinha agindo em outros estados. As OSs de Cleudson cresceram rapidamente e fecharam contratos em 27 cidades de quatro estados: Pará, Paraíba, Paraná e São Paulo. Um dos acusados, Lauro Henrique Fusco Marinho, bancou uma viagem para o México com o dinheiro desviado da Saúde. Ele é médico e dono de duas empresas que deveriam atender as Organizações de Cleudson. Muitos dos serviços não foram realizados, mas as notas fiscais eram emitidas para desviar verbas.

Redação

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