Jogo Sujo

Miliciano e família repassaram mais de R$ 400 mil a Queiroz

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) afirma que o miliciano Adriano Magalhães da Nóbrega, o Capitão Adriano – morto pela polícia da Bahia em fevereiro –, transferiu mais de R$ 400 mil para as contas do PM aposentado Fabrício Queiroz.

Preso na quinta-feira (18/06), Queiroz é apontado pelos investigadores como o operador financeiro de uma organização criminosa que funcionava no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ).

Adriano e Queiroz são amigos desde o início dos anos 2000, quando atuaram juntos na Polícia Militar do Rio.

Os promotores chegaram ao valor de R$ 400 mil utilizando como base as transferências identificadas por instituições financeiras e a correspondência de valores somadas aos depósitos em espécie feitos pela ex-esposa e também pela mãe de Nóbrega – respectivamente Danielle Mendonça da Costa e Raimunda Veras Magalhães.

Ambas foram lotadas no gabinete de Flávio Bolsonaro quando este exercia mandato de deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

No entanto, de acordo com a investigação, as duas eram funcionárias fantasmas. Um mapa de geolocalização mostra, por meio do telefone celular, que Raimunda não esteve sequer perto da Alerj.

Além disso, de acordo com um relatório do Comitê de Acompanhamento Financeiro (Coaf), do Banco Central, entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, a conta de Queiroz recebeu 17 depósitos em dinheiro, totalizando R$ 91.796,00.

A operação era feita em uma agência bancária localizada na mesma rua onde funcionavam os restaurantes administrados por Raimunda e Adriano.

Queiroz foi preso em Atibaia, interior de São Paulo, em um imóvel que pertence a Frederick Wassef, advogado da família Bolsonaro.

Apontado como o chefe do Escritório do Crime, grupo de assassinos baseados na Zona Oeste do Rio, o Capitão Adriano morreu em um confronto com policiais militares no dia 9 de fevereiro deste ano, na Zona Rural da cidade de Esplanada, na Bahia.

O mandado de prisão preventiva de Queiroz – sem prazo para acabar – foi expedido pela Justiça do Rio de Janeiro, num desdobramento da investigação que apura esquema de “rachadinha” na Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj).

Segundo a investigação, funcionários de Flávio, então deputado estadual, devolviam parte do salário e o dinheiro era lavado por meio de uma loja de chocolate e através do investimento em imóveis.

Foto: Reprodução JN

Redação

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