Redação
O Ministério Público Federal (MPF) denunciou o prefeito de São Mateus (ES), Daniel Santana (sem partido), conhecido como Daniel da Açaí, por organização criminosa. O órgão pediu à Justiça o afastamento do prefeito do cargo, que foi preso em sua casa pela Polícia Federal no âmbito da Operação Minucius, em 2021, com R$ 400 mil em espécie e joias.
Segundo as investigações, ele teria contratado a própria empresa para realizar obras na cidade, como a construção de mais de 100 casas populares no bairro Vitória. A Construshow Eventos Eirelli, registrada em nome de Rogério de Castro, pertenceria, na verdade, ao prefeito Daniel. Rogério seria usado como laranja para ocultar o patrimônio do político para que a empresa participasse de licitações com municipais.
No caso da Construshow, os contratos realizados com a Prefeitura de São Mateus ultrapassam R$ 10 milhões, afirma a PF, e só foram concretizados após a eleição de Daniel. O mesmo teria acontecido em relação com, no mínimo, quatro empresas, administradas por “laranjas”.
A Polícia Federal acusa Daniel da Açaí de ter montado em São Mateus (ES) um esquema de superfaturamento de serviços públicos. A defesa do prefeito afirma em nota que segue confiante e que vai comprovar perante a Justiça que nunca se apropriou de recursos públicos.
“Aproveitando-se do relacionamento de longa data entre a maioria dos integrantes e tendo as verbas públicas como principal foco de atuação, a organização criminosa ora denunciada foi estruturada em núcleos, sob a liderança de Daniel Santana Barbosa, cuja condição de chefe do Executivo municipal lhe assegurava amplos poderes para a deflagração de processos licitatórios, nomeação de servidores, formalização de convênios, dentre outras providências inerentes à gestão administrativa, mas que serviram de oportunidade ao grupo para obtenção de indevida vantagem patrimonial em detrimento do erário municipal, estadual e federal”, diz a denúncia.
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