O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, condenado a quase 100 anos de prisão no âmbito da Lava Jato, incluiu em sua delação informações sobre as Organizações Globo. Segundo informações publicadas na imprensa, a delação possui um capítulo inteiro dedicado ao grupo. Ele teria relatado como conseguiu ser blindado pela TV Globo nos oito anos em que governou o estado fluminense. O acordo teria envolvido uma parceria de R$ 80 milhões com a Fundação Roberto Marinho.
O relato também incluiria pressões da família Marinho para obter sem licitação a gerência de estudos, projetos e desenvolvimento de conteúdo para a implantação de um importante equipamento cultural na cidade do Rio de Janeiro. Por este acordo, costurado diretamente entre Cabral e os herdeiros da Globo, a Fundação Roberto Marinho teria sido escolhida para a modelagem e gestão do projeto, orçado inicialmente em cerca de R$ 80 milhões.
Autorizada pelo Governo do Estado, a FRM fez também captações para estudos preliminares e conceituais junto à iniciativa privada por meio de leis de incentivo à cultura, com renúncia fiscal.
O ex-governador também teria informado à Polícia Federal que a construtora responsável pela obra foi indicada pela FRM, através de fraude licitatória. Nos depoimentos, Cabral disse que os favores visavam garantir proximidade com a família Marinho, e consequente blindagem nos veículos de comunicação do grupo.
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