Jogo Sujo

Cabral e ex-presidente do DER-RJ são condenados por corrupção em contratos de obras em rodovias

Sérgio Cabral

O ex-governador Sérgio Cabral (MDB) sofreu mais uma condenação. Desta vez, a pena de 11 anos e três meses de prisão por corrupção passiva envolve contratos da Fundação Departamento de Estradas de Rodagem do Rio (DER-RJ). A organização criminosa foi descoberta a partir dos desdobramentos das operações Calicute e Eficiência, em um processo decorrente da Operação C’est Fini.

O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, condenou também o ex-presidente da fundação Henrique Ribeiro (20 anos), o ex-chefe de gabinete Lineu Martins (16 anos), o ex-secretário de governo Wilson Carlos (14 anos ) e o operador financeiro da organização criminosa, Luiz Carlos Bezerra (sete anos).

Condenados receberam R$ 18,1 milhões para beneficiar empreiteira em obras administradas pelo DER-RJ

Em 2017, o Ministério Público Federal denunciou os condenados por crimes cometidos no DER-RJ. O esquema de propina, segundo os procuradores, contava com o auxílio de Wilson Carvalho, apontado como operador administrativo do grupo.

Cabral, Wilson Carlos e Henrique Ribeiro receberam R$ 18,1 milhões em propina para beneficiar a empreiteira União Norte Fluminense Engenharia em obras realizadas nas rodovias estaduais administradas pelo DER-RJ, afirmam os investigadores. As obras, segundo o MPF, foram a pavimentação da rodovia RJ 230 e da Região Norte do estado do Rio de Janeiro, além de obras de conservação de São Fidélis, na rodovia RJ 220 e na rodovia RJ 186.

O responsável por receber as propinas em contratos do DER-RJ era Henrique Ribeiro, considerado o braço direito de Lineu Martins, seu chefe de gabinete, apontado como seu operador financeiro, entre 2008 e 2014. As propinas eram pagas em dinheiro vivo.

Com a sentença, a pena total de Cabral, encarcerado desde novembro de 2016, ultrapassa 332 anos de prisão. O advogado de Sergio Cabral, Márcio Delambert, disse à imprensa que “a sentença reconheceu a condição do ex-governador como colaborador da justiça, mas a defesa vai recorrer, pois não concorda com as penas aplicadas”.

Redação

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