Jogo Sujo

Digitais demais nas carteiras de identidade do Amazonas

Identidade Amazonas

Assim como a fauna local, o governo do Amazonas é pródigo em espécies exóticas. Vide o estranho processo de contratação da empresa responsável pela emissão de carteiras de identidade do estado. As duas primeiras colocadas foram desclassificadas pela Secretaria de Segurança Pública de forma genérica, sem um motivo consistente.

Resultado: a vitória caiu no colo da Thomas Greg, que havia ficado em terceiro lugar. Pior para os cofres do estado. A sua proposta, de R$ 74.430.000,00, foi 70% e 93% mais alta do que os valores apresentados, respectivamente, pela segunda e pela primeira colocada no pregão eletrônico, n º 113/2022.

Diante do inusitado desfecho, o Tribunal de Contas do Amazonas entrou em cena e suspendeu a licitação. O TCE-AM vai apurar possíveis irregularidades na condução do processo. Há indícios de que o leilão repete o modus operandi de outras concorrências suspeitas realizadas no Amazonas.

O governo Wilson Lima é acusado, por exemplo, de irregularidades em licitação de R$ 41 milhões para a aquisição de usinas de oxigênio hospitalar. O passado da Thomas Greg também não depõe a seu favor. A empresa já foi alvo de investigação por sobrepreço decorrente do “superdimensionamento de elementos de custos” em uma concorrência similar, de R$ 116 milhões, no Mato Grosso.

Por sinal, a atuação da companhia no estado é enevoada. Em meados da década passada, a mesma Thomas Greg foi citada em delação premiada no âmbito da “Operação Bereré”, que investigou fraudes no Detran-MT. A empresa, no entanto, não é alvo apenas das autoridades mato-grossenses. A Thomas Greg também foi acusada pela Polícia Civil do Maranhão de ter participado de um esquema de falsificação de carteiras de motorista.

Redação

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