Ex-assessor do MEC e pastor Arilton Moura estiveram 10 dias no mesmo hotel em Brasília

Pelo menos em 10 ocasiões, o ex-gerente de projetos da Secretaria Executiva do Ministério da Educação (MEC), Luciano Musse, e o pastor Arilton Moura estiveram no mesmo hotel em Brasília. As análises da Polícia Federal se referem aos anos de 2021 e 2022. Ambos chegaram a ser presos na última semana em uma operação que investiga desvios de verba na pasta federal, assim como o ex-ministro Milton Ribeiro.

Os policiais também confirmaram uma hospedagem de outro investigado na operação, o pastor Gilmar Silva dos Santos, no mesmo hotel. Além disso, servidores do Minsitério afirmaram que o ex-ministro Milton Ribeiro recebia com frequência o pastor Arilton Moura em seu próprio gabinete e em sua residência.

Nos mandados de busca e apreensão, a Justiça afirma que viu “indícios de que Milton, Gilmar e Arilton cooptaram prefeitos para interesses pessoais”. Segundo as investigações, Luciano Musse teria papel de “operador financeiro” no esquema. Ele foi gerente Projetos da Secretaria-Executiva do MEC, em abril de 2021, mas foi exonerado em março de 2022, em meio à publicação de denúncias.

O inquérito da Polícia Federal relata que “Luciano, no contexto investigativo, é personagem importante no suposto esquema de cooptação de prefeitos para angariar vantagens pessoais através do direcionamento ou desvio de recursos do FNDE /MECa pretexto de atender políticos/prefeituras, caracterizando, hipoteticamente, uma sofisticada captação ilegal de recursos públicos com a eventual infiltração de operador financeiro na gestão da pasta”.

O ex-ministro da Educação Milton Ribeiro é investigado pela PF por suposto favorecimento a pastores neopentecostais para liberar verbas da Pasta. Investigadores suspeitam de cobrança de propina. A investigação foi iniciada após a divulgação de áudios de uma reunião em que Milton Ribeiro afirmou que, a pedido do presidente Jar Bolsonaro, repassava verbas para os municípios indicados pelo pastor Gilmar Silva.