Jogo Sujo

Ex-deputado Adail Carneiro é denunciado pelo MPF por lavagem de dinheiro

Adail Carneiro, ex-deputado

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou o ex-deputado federal e ex-deputado estadual do Ceará, José Adail Carneiro Silva, por crime de lavagem de dinheiro. Durante a Operação Km Livre 2, o político foi flagrado com R$ 1.988.635,00 em espécie, escondidos em caixas de aparelhos de TV, em uma empresa de locação de veículos de sua propriedade, em Fortaleza, em 19 de novembro.

Na denúncia, a Procuradoria também requer a manutenção da prisão preventiva do investigado e a perda, em favor da União, de todo o valor apreendido. Inicialmente detido em flagrante, a prisão de Adail foi posteriormente convertida em preventiva.  Ele é apontado como o chefe da organização criminosa de fraude em licitações, que, segundo informações da Polícia Federal, movimentou cerca de R$ 600 milhões. Os investigadores apontam que havia repasse de verbas públicas para as contas das empresas por meio de “laranjas” que participavam dos mesmos certames, forjando concorrência fictícia.

O esquema de fraude em licitações de aluguel de veículos ocorria há 20 anos no Ceará

A Operação KM Livre investiga fraude em licitações, desvio de recursos públicos  e lavagem de dinheiro. Ao longo de 20 anos, três empresas costumam vencer as licitações abertas pela Prefeitura para alugar veículos e motocicletas.

Além disso, os investigadores identificaram a existência de fortes evidências de que a lavagem do dinheiro ilícito obtido por meio de fraude em licitações era realizada através da aquisição clandestina de corretoras de valores e de sociedades que participavam do ramo de energia eólica. O esquema contava ainda com a ajuda estratégica de operadores do mercado financeiro.

O procurador Luiz Carlos Oliveira Júnior explicou que o ex-deputado Adail Carneiro chegou a reconhecer a posse dos quase R$ 2 milhões apreendidos pela Polícia Federal, mas sem apresentar nenhum tipo de justificativa sobre a origem do dinheiro em espécie.

“Quem ganha recursos licitamente e tem um mínimo de raciocínio crítico, sobretudo a partir de uma atividade empresarial, não deixa simplesmente parados e ocultados R$ 2 milhões em espécie, em um pequeno quarto do seu escritório. Muito menos o guarda dentro de uma caixa de papelão”, afirmou o procurador.

Redação

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