Jogo Sujo

Funcionários do Detran-TO e empresários são presos por legalizarem documentação de veículos roubados

Detran Tocantins

Chassis eram clonados para que registros de carros furtados em outros estados fossem regularizados

Sete mandados de prisão preventiva foram cumpridos contra servidores do Detran, empresários que atuam na área de emplacamento de veículos e despachantes, em três cidades do Tocantins. A Operação Dolos é realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público Estadual e pela Polícia Civil, com o apoio da Polícia Militar. Para os investigadores, os detidos integram uma organização criminosa suspeita de emitir documentos aparentemente legais para carros roubados e furtados.

As prisões foram efetuadas m Araguaína, Tocantinópolis e Wanderlândia, cidades localizadas na região norte do estado. Também há mandados de busca e apreensão. Além disso, a Justiça autorizou a quebra dos sigilos bancário e fiscal dos investigados.

O Detran informou que caso seja comprovada a participação de algum servidor no esquema investigado, tomará as medidas administrativas cabíveis.

Fraude envolvia emplacamentos com chassi clonado e emissão de notas fiscais falsificadas
De acordo com as investigações, a suposta organização seria especializada em legalizar a documentação de veículos roubados ou furtados em território nacional.

“Para isso, abriam processo de primeiro emplacamento junto ao Detran no Tocantins, utilizando-se de chassi clonado, notas fiscais falsificadas e dados pessoais de vítimas que eram cadastradas como proprietárias desses automóveis. Servidores do Detran que supostamente integram a organização auditavam os processos e emitiam o Certificado de Registro de Veículo (CRV)”, relatou o Ministério Público Estadual.

O órgão explica ainda que para fazer o emplacamento, a organização teria como prática clonar o chassi de veículos novos, que por vezes ainda estavam na concessionária e que possuíam as mesmas características do automóvel roubado ou furtado.

Os veículos provavelmente não chegavam a passar pelo Tocantins, pois não é necessária a realização de vistoria para o emplacamento de automóveis zero-quilômetro. As placas e os lacres eram enviados do estado para os estados onde os veículos se encontravam, para que lá fossem afixados. Depois de “esquentados”, os automóveis estariam aptos para serem revendidos a terceiros.

A investigação feita pelo Gaeco começou em 2019. As apurações envolveram interceptações telefônicas e a quebra do sigilo do IP de computadores, devidamente autorizadas pela Justiça. O MPE informou que a administração do Detran contribuiu com o andamento das investigações.

Redação

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