Jogo Sujo

Lava Jato denuncia executivos da Alusa Engenharia por corrupção e lavagem de dinheiro

Alusa Engenharia

Também foi denunciado Marcelo Barboza Daniel, um dos responsáveis pelas empresas MR Pragmática e BAS Consultoria Empresarial, que teriam sido usadas para simular pagamentos de propina através de contratos fictícios

A força-tarefa da Lava Jato denunciou os executivos da Alusa Engenharia César Luiz de Godoy Pereira e José Lázaro Alves Rodrigues, pela prática dos crimes de corrupção ativa e lavagem de dinheiro, relacionada a quatro contratos celebrados entre 2008 e 2011 com a Petrobras. Além dos executivos vinculados à empreiteira, foi também denunciado por lavagem de dinheiro Marcelo Barboza Daniel, um dos responsáveis pelas empresas MR Pragmática e BAS Consultoria Empresarial, ambas utilizadas para realizar o repasse dissimulado, pelo menos até 2014, de mais de R$ 5,9 milhões a Paulo Roberto Costa.

“Nos últimos 15 dias, o MPF ofereceu três novas denúncias, envolvendo três empreiteiras diferentes, com pagamentos de quase R$ 10 milhões em vantagens indevidas, relacionados a contratos do sistema Petrobras que somam mais de R$ 5 bilhões. É um forte indicativo de que há muito trabalho ainda a ser feito na Lava Jato“, ressalta o procurador da República da força-tarefa Lava Jato Marcelo Ribeiro.

Segundo as investigações, os valores de propina foram pagos pelos executivos da Alusa Engenharia a Paulo Roberto Costa, tendo em vista quatro contratos de centenas de milhões de reais celebrados entre a empreiteira e a Petrobras para obras na Refinaria Abreu e Lima (Rnest), de R$ 966 milhões; no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), de mais de R$ 1,466 bilhão; e na Rnest, de R$ 651 milhões. Até 2012, quando Costa ainda ocupava o cargo de diretor de Abastecimento da estatal, esses contratos tiveram aditivos que aumentaram em milhões de reais os valores das contratações.

Segundo o MPF, empreiteira usava contratos fictícios e empresas de fachada para pagar as propinas
As provas apontam que, por essas contratações, o ex-diretor recebeu pelo menos R$ 5.954.380,81 por meio de diversas operações de lavagem de dinheiro entre 2011 e 2014. Em um primeiro momento, a Alusa Engenharia e os consórcios Alusa-MPE e Alusa-CBM celebraram contratos fictícios com as empresas MR Pragmática e BAS Consultoria Empresarial. Por meio dos contratos fraudulentos, os executivos, atuando em interesse da Alusa e dos consórcios por ela compostos, repassaram valores milionários a essas empresas de fachada, comandadas à época pelo denunciado Marcelo Barboza Daniel, responsável por fazer chegar a propina ao ex-diretor de Abastecimento da Petrobras.

Os fatos narrados na denúncia encontram corroboração em diversos documentos, registros de movimentações bancárias, levantamentos realizados pela Receita Federal, registros de contatos feitos entre os denunciados, relatos de testemunhas e de colaboradores. De acordo com a procuradora da República e membro da força-tarefa Lava Jato Laura Gonçalves Tessler, “a denúncia reforça a importância da atuação coordenada entre os diversos órgãos do Estado para o combate efetivo a crimes complexos. Nesse caso, a Receita Federal identificou os contratos fictícios e as empresas que celebraram tais acordos, bem como verificou a destinação dos cheques utilizados para pagar despesas pessoais do ex-diretor da Petrobras, informações essas de extrema relevância para as investigações”.

 

Redação

Comentar