Jogo Sujo

Motoboy consta como dono de empresa fornecedora de refeições a hospitais do RJ

Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer

Um motoboy que vende capas para celular consta como único proprietário de uma empresa que fechou quatro contratos como fornecedora de refeições a unidades públicas de saúde no estado do Rio. A empresa declarou capital social de R$ 3,5 milhões. Os contratos foram celebrados em 2021. A denúncia foi publicada no portal Uol.

A Everton Fornecimento de Alimentos tem como único sócio Victor Everton de Carvalho Mendes. A empresa recebeu, no ano passado, pelo menos R$ 1 milhão do governo liderado por Cláudio Castro. Os pagamentos foram realizados por meio da Organização Social (OS) Hospital Psiquiátrico Espírita Mahatma Gandhi, em troca de serviços prestados ao Instituto do Cérebro Paulo Niemeyer. A empresa também forneceu mercadorias para o Hospital Municipal Desembargador Leal Júnior, localizado em Itaboraí (RJ).

Além disso, a mesma empresa assinou dois contratos sem licitação, no valor total de R$ 3,2 milhões, da RioSaúde, entidade da Prefeitura do Rio, mas que foram rescindidos uma semana após as assinaturas. O sócio afirmou ao Uol que a empresa sempre cumpriu seus serviços e não quis explicar como conquistou uma firma com capital de R$ 3,5 milhões, sendo motoboy e vendedor de capas para celular.

 

“Eu não tenho que te dar satisfação de nada”, disse, irritado, ao Uol.

OS não divulga publicamente os contratos

A OS Mahatma Gandhi, que não divulgou em seu portal da transparência os contratos assinados com a Everton para o Instituto do Cérebro e o Hospital Municipal Desembargador Leal Júnior, ainda não respondeu.

Em processo interno, a Secretaria estadual de Saúde apura possíveis irregularidades nas despesas pagas pela OS à Everton, como a forma de seleção da firma pela OS. Entre quatro propostas de preços apresentadas, duas sequer continham CNPJ.

Já a Secretaria municipal de Saúde, pasta à qual a RioSaúde é subordinada, explicou por que rescindiu em dezembro dois contratos emergenciais no valor de R$ 3,2 milhões com a Everton.

 

“Quando foi verificado que a empresa não tinha condição de prestar o serviço, os contratos não prosperaram e ela foi prontamente substituída”, comunicou a Secretaria.

 

Redação

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