Jogo Sujo

Desembargadores do TRT-RJ são presos acusados de envolvimento no suposto esquema de Witzel

Desembargador TRT Marcos Pinto da Cruz

A Operação Mais Valia, realizada pela Polícia Federal, prendeu hoje (02/3) quatro desembargadores do Tribunal Regional do Trabalho do Rio (TRT-RJ). Trata-se de um desdobramento da Operação Tris in Idem, que afastou do cargo o  governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel (PSC), em agosto de 2020, acusado de desvios de recursos públicos.

Os desembargadores são investigados pelo Ministério Público Federal (MPF) pela suspeita de receberem vantagens indevidas para beneficiar integrantes do esquema criminoso que teria sido instalado no governo de Witzel. O desembargador Marcos Pinto da Cruz é apontado como o principal articulador da organização criminosa. Ele foi preso em sua mansão no bairro do Jardim Botânico, na Zona Sul do Rio. Os outros desembargadores presos são Antônio Carlos de Azevedo Rodrigues, Fernando Antônio Zorzenon da Silva e José da Fonseca Martins Junior.

A suspeita da PF é que empresas pagavam para a quadrilha para serem incluídas no Plano Especial de Execução da Justiça do Trabalho do RJ. O objetivo era fazer com que o governo fluminense pagasse valores devidos. O inquérito cita pelo menos sete empresas: Pró-Saúde, Átrio Service, MPE Engenharia e os consórcios de transporte Transcarioca, Santa Cruz, Intersul e Internorte.

Desembargadores teriam beneficiado OSs da Saúde ao acelerar processos trabalhistas no TRT

A Operação Tris in Idem aponta que o Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro era um dos três núcleos do esquema de corrupção no governo de Wilson Witzel. Para os procuradores, esse núcleo beneficiou as Organizações Sociais (OSs) que tinham valores a receber do estado por serviços prestados em anos anteriores, conhecidos como “restos a pagar”. As OSs também teriam seriam beneficiadas pela aceleração de processos trabalhistas no TRT para a obtenção da certidão negativa de débitos, permitindo que as entidades voltassem a firmar contratos com o poder público.

Além dos quatro desembargadores, os policiais federais prenderam sete supostos operadores e um advogado  preso em flagrante por posse ilegal de arma. Os mandados foram expedidos pela ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Nancy Andrighi, a pedido da Vice-Presidência da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Em nota, o TRT ressaltou “seu compromisso com a legalidade” e informou estar “à disposição das autoridades no que for necessário para auxiliar nas investigações que levem ao total esclarecimento dos fatos”.

 

Redação

Comentar