Jogo Sujo

QG da Propina leva à prisão do prefeito do Rio, Marcelo Crivella

Marcelo Crivella Agência Brasil

Preso na manhã desta terça-feira (22/12) em casa, no bairro da Barra da Tijuca, durante uma operação conjunta do Ministério Público estadual e da Polícia Civil, o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, teve a função pública suspensa pela Justiça. A desembargadora Rosa Helena Penna Macedo Guita determinou que Crivella, a nove dias do fim do mandato, não poderá realizar nenhum ato inerente ao exercício do cargo de prefeito.

A ação que prendeu Crivella é um desdobramento da Operação Hades, que investiga o “QG da Propina”, que seria um suposto esquema de pagamentos de suborno existente dentro da Prefeitura do Rio para liberar contratos públicos.

Ao chegar à Delegacia Fazendária, Marcelo Crivella afirmou ser vítima de perseguição e que  foi o prefeito “que mais combateu a corrupção na Prefeitura do Rio de Janeiro”

“Lutei contra o pedágio ilegal, tirei recursos do carnaval, negociei o VLT, fui o governo que mais atuou contra a corrupção no Rio de Janeiro”, afirmou à imprensa.

Além do prefeito, também foram presos o empresário Rafael Alves, apontado como o líder da organização, com grande influência na administração municipal; o delegado aposentado Fernando Moraes, ex-chefe da Divisão Antissequestro do Rio; o ex-tesoureiro da campanha de Crivella, Mauro Macedo; e os empresários Adenor Gonçalves dos Santo e Cristiano Stockler Campos. Adenor foi proprietário das universidades Gama Filho e Universidade.

O ex-senador e ex-presidente da Riotur Eduardo Lopes não foi encontrado em casa. O ex-delegado Fernando Moraes também é membro do Conselho Diretor da Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes Aquaviários, Ferroviários, Metroviários e de Rodovias do Estado do Rio de Janeiro (Agetransp). Todos são acusados no âmbito da Operação Hades por organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção passiva.

Como funcionava o esquema

As investigações começaram ainda em 2018, a partir da delação do doleiro Sergio Mizrahy. O doleiro confessou que era o responsável pela lavagem de dinheiro dentro da prefeitura. De acordo com a delação, as empresas que queriam firmar contratos com a prefeitura ou que tinham pagamentos a receber do município eram obrigadas a pagar propina a Rafael Alves. A partir do recebimento das propinas, Alves facilitaria a assinatura dos contratos e o pagamento das dívidas.

Como fica o comando da Prefeitura

O vice-prefeito Fernando McDowell, faleceu ainda em maio de 2018. Quem assume o comando da Prefeitura carioca é o presidente da Câmara de Vereadores, Jorge Felippe (DEM).  O prefeito eleito do Rio, Eduardo Paes, que também é do DEM e assume daqui a nove dias, afirmou que a transição transcorrerá normalmente.

Redação

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