O prefeito Marcelo Crivella; o presidente da Riotur, Marcelo Alves; e seu irmão, Rafael Alves, estão entre os investigados pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ). Agentes da Polícia Civil cumprem na manhã desta terça-feira (10/3) mandados de busca e apreensão na Cidade das Artes, sede da Riotur, na Barra da Tijuca. Os mandados foram autorizados pela desembargadora do Tribunal de Justiça do Rio, Rosa Maria Helena Guita.
A investigação teve como ponto de partida a delação do doleiro Sérgio Mizrahy, preso em 2019 durante a Operação Câmbio, Desligo. Mizrahy revelou em sua delação a existência de uma espécie de “QG da propina” na sede da Prefeitura carioca e que Rafael Alves, apesar de não possuir cargo na prefeitura, tornou-se um dos homens de confiança de Crivella por ajudá-lo a viabilizar a doação de recursos de empresas e pessoas físicas na campanha de 2016. A delação foi homologada pelo Tribunal de Justiça do Rio.
“Rafael Alves viabiliza a contratação de empresas para a prefeitura e o recebimento de faturas antigas em aberto, deixadas na gestão do antigo prefeito Eduardo Paes, tudo em troca do pagamento de propina”, destacou o doleiro em sua delação.
De acordo com a delação, Rafael Alves entregava semanalmente ao doleiro cheques oriundos de prestadores de serviço da Prefeitura para posterior recebimento em espécie. Um dos cheques referia-se à propina paga pela empresa Locanty, especializada em serviços como limpeza, coleta de lixo e locação de veículos.
A investigação é do Grupo de Atribuição Originária Criminal da Procuradoria-Geral de Justiça (Gaocrim/MPRJ) e da Coordenadoria de Investigações de Agentes com Foro (Ciaf) da Polícia Civil.
O outro lado
João Alberto Felippo Barreto, proprietário da Locanty, negou pagamento de propina para receber restos a pagar do governo Eduardo Paes. Segundo o empresário, a dívida com a Prefeitura existe e está sendo questionada por meio de um procedimento administrativo. O valor seria de R$ 8 milhões, referentes a um contrato de aluguel de veículos para a Secretaria de Ordem Pública, atualizados para R$ 15 milhões, mas ele diz não ter recebido nada do município até o momento.
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