Jogo Sujo

Aeronáutica omite destino de 5 mil comprimidos de cloroquina

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Um ofício assinado pelo então comandante da Aeronáutica, o tenente-brigadeiro Antonio Carlos Bermudez, comprova que aviões da FAB (Força Aérea Brasileira) transportaram pelo menos 132 caixas de cinco mil comprimidos de cloroquina. O documento, assinado em 15 de março, foi enviado ao Ministério Público Federal (MPF), em Brasília. De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, o detalhamento sobre o destino da droga, que não possui eficácia contra a Covid-19, é mantido em sigilo.

Um inquérito civil foi instaurado pelo MPF para apurar a produção e a distribuição de cloroquina do governo Jair Bolsonaro (sem partido). Há suspeita de improbidade administrativa na distribuição em massa do medicamento. Um dos investigados é o ex-ministro da Saúde e general da ativa Eduardo Pazuello.

O tenente-brigadeiroBermudez foi demitido do cargo por Bolsonaro em 30 de março, junto com os comandantes do Exército e da Marinha. Ele não explicou ao MPF a quantidade de medicamentos transportada nas 132 caixas, nem quando houve o transporte e para o local onde ela foi destinada.

Há indícios de que a cloroquina foi destinada a comunidades indígenas na Amazônia, para serem usadas no chamado “tratamento precoce” da doença. Pelo menos uma remessa de 1.500 comprimidos foi feita pela FAB à região da Cabeça do Cachorro, no Amazonas, na fronteira com a Colômbia e a Venezuela, em junho de 2020.

Redação

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