Redação
Mesmo afastado do cargo de governador há quatro meses e denunciado pelo Ministério Público Federal por corrupção, Wilson Witzel continua recebendo o salário. Além disso, ganhou um aumento de 11% em dezembro de 2020. Alvo de um processo de impeachment, Witzel deveria ter tido o salário cortado em um terço, conforme decisão de cinco desembargadores e cinco deputados do Tribunal Especial Misto.
Witzel, afastado do cargo de governador desde o dia 28 de agosto pelo Superior Tribunal de Justiça, acabou sendo beneficiado por uma decisão tomada pelo governador em exercício, Cláudio Castro, que aumentou em 11% seu próprio salário, além dos salários dos secretários e dos subsecretários. O atual governador alegou que o aumento está previsto em lei de 2014 que ainda está em vigor.
Salário bruto de Witzel deve passar de R$ 19.681 para quase R$ 22 mil
O salário bruto recebido por Witzel em novembro foi de R$ 19.681,00, exatamente o mesmo valor quando ele ainda era o governador. O valor líquido corresponde a R$ 14,6 mil. Com o aumento de 11% autorizado por Cláudio Castro, o valor bruto do salário de Witzel será de quase R$ 22 mil, sendo R$ 16,3 mil líquidos.
Para o deputado Waldeck Carneiro (PT), relator do processo de impeachment, trata-se de uma situação inaceitável.
“É claro que é uma situação inaceitável. E o cumprimento de todas as decisões do Tribunal Misto tem que ser feito, tem que se dar imediatamente. E, eventualmente, qualquer decisão que não tenha sido cumprida, o que acho inexplicável, tem que ser cumprida imediatamente. (…) Nós sabemos que estamos lidando com um processo muito delicado, muito complexo, de alta responsabilidade. (…) Nada pode pairar em matéria de dúvida, de questionamento, sobre o andamento desse processo”, disse à imprensa Carneiro.
O governador afastado Wilson Witzel já foi denunciado três vezes pela Procuradoria-Geral da República. Ele é acusado de participar de um esquema de corrupção na área da Saúde. Em dezembro, o Tribunal Especial Misto suspendeu os prazos do julgamento do impeachment. Witzel só será interrogado depois que a sua defesa tiver acesso a todos os documentos do processo. Um desses documentos é aa delação ex-secretário de Saúde, Edmar Santos, que está sob sigilo.
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