Em depoimento ao Trtibunal Misto que julga o processo de impeachment do governador afastado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, o empresário Edson Torres fez várias revelações sobre o esquema de propina na área de Saúde do estado. Segundo ele, o governo Witzel teria arrecadado, em uma caixinha de propina, entre R$ 50 milhões e R$ 55 milhões. O depoimento foi feito nesta quarta-feira (13/01). Edson Torres é considerado o operador financeiro do esquema e já confessou a participação nos atos de corrupção ao Ministério Público Federal.
Além disso, Wilson teria recebeu R$ 980 mil em dinheiro vivo de empresários quando ainda era juiz federal, revelou Edson Torres. O dinheiro teria como objetivo assegurar a estabilidade financeira de Witzel caso perdesse a eleição estadual, já que pediu exoneração da magistratura.
As propinas recebidas já com Witzel eleito teriam beneficiado o governador afastado, o ex-secretário de Estado da saúde Edmar Santos e também o presidente do PSC, pastor Everaldo. A defesa do pastor Everaldo nega participação no esquema. O ex-secretário de Saúde Edmar Santos já recebia propina quando ele era ainda diretor do Hospital Universitário Pedro Ernesto, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), segundo a testemunha.
Segundo o empresário, Pastor Everaldo e estrutura do governo ficava com 40% da propina
Ainda segundo o depoimento, o esquema de propina ocorrido entre 2019 e 2020 estabelecia uma divisão, que incluiria 30% para o então secretário de Saúde Edmar Santos, 40% ao Pastor Everaldo e a estrutura do governo e 15% para o empresário Edson Torres. Outros 15% seriam pagos para outro empresário. Segundo a testemunha, as propinas variavam entre 3 e 6% dos contrato.
A defesa do ex-secretário Edmar Santos afirmou disse que ele não vai se manifestar sobre as revelações do empresário Edson Torres. Já os advogados do Pastor Everaldo afirmaram que ele jamais recebeu propinas nem participou de grupo criminoso.
O depoimento de Wilson Witzel está suspenso por uma determinação do ministro do STF Alexandre de Moraes. O governador afastado só poderá ser ouvido após a defesa ter acesso a todos os documentos remetidos pelo STJ e após a oitiva do ex-secretário de saúde Edmar Santos.
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