A CPI da Covid terá como foco uma nova linha de investigação. Trata-se de uma denúncia de pagamentos de propinas mensais de até R$ 296 mil a políticos e a servidores ligados ao Ministério da Saúde. O suposto esquema foi denunciado por uma ex-servidora do Ministério e teria começado no ano de 2018.
O deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), ex-ministro da Saúde no governo Michel Temer e atual líder do governo na Câmara dos Deputados, é apontado como um dos beneficiados do esquema. Ele negou as acusações. O suposto esquema de pagamento de propina teria começado justamente na gestão de Barros no Ministério (de 2016 a 2018), informaram senadores da CPI.
Até o ano de 2018, a distribuição de vacinas e de outros insumos pelo governo federal era feita pelo próprio Ministério da Saúde por meio da Central Nacional de Armazenamento e Distribuição de Imunobiológicos (Cenadi), órgão que existiu por cerca de 20 anos – e que foi extinto durante a gestão de Barros.
Esquema envolveria a empresa VTCLog, contratada por Ricardo Barros após a extinção da estatal Cenadi
No lugar da Cenadi, entrou a empresa VTC Operadora Logística Ltda, conhecida como VTCLog, que passou a ser responsável pelo armazenamento, controle e distribuição de todas as vacinas, medicamentos e insumos entregues pela União a estados e municípios do país. Segundo relatos, a VTCLog seria um meio para desviar recursos do Ministério da Saúde, inclusive durante a pandemia do novo coronavírus.
De acordo com o contrato nº 59/18, a empresa receberá o valor total de R$ 592.733.096,15 durante 60 meses (ou cinco anos). O valor total da propina, de acordo com a denúncia, seria de R$ 59,2 milhões, ou 10% do total. As informações que chegaram à CPI da Covid dão conta que R$ 890 mil eram divididos em três partes iguais de pouco mais de R$ 296 mil cada uma e repassados para três políticos, entre eles o deputado Ricardo Barros.
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