Jogo Sujo

Empresa espionava Google Drive da concorrente para fraudar licitação pública no ES

Crime cibernético

A Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC) deflagrou a Operação Natal Luz, com o objetivo de combater fraudes em licitações de iluminação pública em municípios do estado. De acordo com os investigadores, a empresa suspeita, sediada na cidade de Serra, invadiu o sistema de armazenamento de dados na nuvem do Google Drive da concorrente par cometer o crime cibernético. Foram obtidas planilhas de licitações, informações jurídicas e sobre funcionários, permitindo que os suspeitos ofertassem condições mains vantajosas.

As investigações começaram quando uma empresa de Vitória do ramo de iluminação procurou a polícia para denunciar que uma concorrente estaria roubando os dados de seus projetos. A empresa vítima da fraude já teria perdido R$ 60 milhões em contratos, em 12 processos de licitações realizados por prefeituras da Grande Vitória.

O titular da DRCC, delegado Brenno Andrade, explicou que, para chegarem ao cálculo, foram considerados apenas os certames em que as duas concorreram e a vítima teria ficado em segundo lugar, perdendo para a empresa investigada.

Tablet com acesso ao Google Drive da empresa era a principal ferramenta do crime cibernético

Durante o cumprimento do mandado de busca e apreensão, os agentes encontraram um tablet usado para espionar os dados na mesa de um gerente da empresa suspeita. O aparelho estava conectado ao e-mail da empresa vítima do crime cibernético. Os gestores da empresa vítima da fraude já haviam desconectado o tablet de suas contas, porém, mesmo assim, as credenciais do e-mail continuavam salvas no aparelho.

“A gente já verifica que existe um crime de invasão de dispositivo de informática e também a suposta fraude de licitação, uma vez que ela tinha acesso a toda a planilha da empresa vítima e de quanto ela ia apresentar nas licitações que participava”, comentou o delegado.

O chefe da Polícia Civil, Darcy Arruda, ressaltou que a fraude realizada através desse crime cibernético causa prejuízo para o serviço público em geral.

“É um trabalho importantíssimo no trabalho de combate a corrupção, porque não só a empresa é vítima como também o poder público que vai ter o serviço contratado fornecido por uma empresa que não está de fato qualificada para isso”, afirmou.

Redação

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