Jogo Sujo

Deputado do Centrão que indicou novo diretor do Dnocs a Bolsonaro é alvo de operação da PF

Sebastião Oliveira (PL-PE)

Sebastião Oliveira (PL-PE) é investigado pela Polícia Federal por suspeita de participação em desvios de recursos em obras no Grande Recife

O deputado Sebastião Oliveira (PL-PE) é alvo de uma operação conduzida pela Polícia Federal na manhã desta sexta-feira (8/5) por  suspeita de participar de um esquema ilícito no setor de infraestrutura. O parlamentar, integrante do chamado Centrão do Congresso, foi quem indicou ao presidente Jair Bolsonaro o nome do novo diretor-geral do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), Fernando Marcondes de Araujo Leão.

Segundo analistas políticos, a negociação de cargos com o Centrão é parte da tentativa do governo de obter apoio no Congresso no caso de um eventual processo de impeachment.

Os policiais cumpriram mandado de busca e apreensão no apartamento funcional do deputado, em Brasília, e em dois de seus imóveis – um em Recife (PE) e outro em Serra Talhada (PE). As irregularidades se referem ao período em que ele foi secretário de Transportes em Pernambuco. Além disso, duas pessoas já foram presas e nove mandados de busca foram cumpridos.

Material de baixa qualidade, contratação de empresa fantasma e valor do contrato de R$ 191 milhões
A Operação, intitulada Outline,  investiga desvios de recursos em obras de requalificação da BR-101, no Grande Recife.

Pelo menos R$ 2 milhões teriam sido desviados da obra, que vinha sendo realizada com materiais de baixa qualidade e pouca durabilidade, especialmente relacionados ao asfalto, conforme apontaram auditorias dos tribunais de contas do Estado e da União. Do valor total do contrato da obra, R$ 191 milhões, a maior parte dos repasses era feita pelo govermo.

Na ocasião, documentos apreendidos revelaram evidências como contratação de empresa fantasma e evolução patrimonial, por parte de ex-servidores do DER, incompatível com suas remunerações. Além das buscas nos imóveis do deputado, dois servidores do Departamento de Estradas e Rodagens de Pernambuco (DER-PE) foram presos.

Serão apurados os crimes de corrupção, organização criminosa, lavagem de dinheiro e peculato, cujas penas somadas podem ultrapassar 40 anos de prisão.

O contrato para execução dos serviços, iniciados em setembro de 2017, foi de cerca de R$ 190 milhões. Os investigadores apontaram que a análise do material coletado na primeira fase apontou evidências de desvios que chegam a, aproximadamente, R$ 4,2 milhões.

A PF afirmou, em nota, que há evidências de que a Secretaria de Transporte do estado, atualmente extinta, foi condescendente com as práticas criminosas, “podendo ter havido recebimento de vantagens por pessoa ligada à pasta”.

“Todo o conjunto probatório converge para a prática de crimes como peculato, corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro”, diz a nota.

 

Redação

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