Redação
A Colômbia manifestou nesta terça-feira sua oposição ao Peru pela soberania de uma ilha localizada na fronteira entre os três países: Colômbia, Peru e Brasil. A ilha foi incorporada pelo governo peruano como território nacional sem um processo de mediação entre as nações. Situada na região do rio Amazonas, a área sofreu alterações geográficas devido à diminuição do fluxo do rio nos últimos anos, o que levou a ilha de Santa Rosa a se aproximar da margem colombiana, próxima à cidade de Leticia.
O Ministério das Relações Exteriores da Colômbia afirmou que a ilha nunca foi oficialmente atribuída ao Peru e solicitou que uma comissão binacional fosse responsável por definir sua soberania. Por sua vez, o Peru afirma que a ilha faz parte de seu território e, em meados de junho, integrou-a oficialmente à província de Loreto.
O governo peruano protestou contra as declarações colombianas, reafirmando seus direitos soberanos e a legitimidade de suas ações de jurisdição. O agravamento da disputa teve início em 2024, com as mudanças no fluxo do rio Amazonas, que ameaçam deixar Leticia, importante porto colombiano, sem acesso direto ao rio. Especialistas preveem que a diminuição no fluxo do rio deve continuar nos anos vindouros. Em resposta, o presidente colombiano Gustavo Petro acusou o Peru de ocupar um território pertencente à Colômbia.
Petro indicou que os esforços do governo serão, prioritariamente, diplomáticos, para defender a soberania nacional. A disputa também impactou as celebrações da independência da Colômbia, que foram transferidas de Bogotá para Leticia, em uma decisão do governo. Além disso, o ex-presidente Álvaro Uribe convocou manifestações em todo o país em repúdio à sua condenação de 12 anos de prisão domiciliar por suborno e fraude processual, que coincidiu com a data da independência nacional.
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