Jogo Sujo

Aos 61 anos, Eduardo Cunha irá para prisão domiciliar por causa do novo coronavírus

Eduardo Cunha

Juíza Gabriela Hardt tomou decisão pelo risco de contaminação e pelo “frágil estado de saúde” do político, condenado a 15 anos de prisão por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro

O ex-deputado federal Eduardo Cunha, preso no âmbito da Operação Lava Jato, foi autorizado pela juíza Gabriela Hardt, da 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba, a cumprir prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica por causa da pandemia do novo coronavírus.

“Considerando a excepcional situação de pandemia do vírus Covid-19, por se tratar o requerente de pessoa mais vulnerável ao risco de contaminação, considerando sua idade e seu frágil estado de saúde, substituo, por ora, a prisão preventiva de Eduardo Consentino da Cunha por prisão domiciliar, sob monitoração eletrônica”, justifica a decisão.

A magistrada afirmou que a revogação da prisão preventiva do condenado “é absolutamente excepcional” e que “até segunda ordem, será mantida somente enquanto presente o risco epidemiológico ou o justifique o estado de saúde.”

O ex-deputado poderá receber visitas de parentes até terceiro grau, advogados, profissionais de saúde e 15 pessoas de uma lista que deverá ser aprovada pelo Ministério Público Federal. Ele também não poderá promover eventos sociais em casa.

“O monitoramento eletrônico, muito embora não afaste por completo a possibilidade de que este pratique atos de dissimulação e ocultação de valores ilícitos ainda não identificados no exterior, inviabiliza ou ao menos dificulta a possibilidade de fuga”, afirma a juíza.

Internado em hospital particular para cirurgia, Cunha irá para casa somente após receber alta médica
Eduardo Cunha, preso preventivamente em outubro de 2016, está internado em um hospital particular no Rio de Janeiro para ser submedito a uma cirurgia de urgência. O alvará de soltura será expedido quanto ele tiver alta hospitalar. Segundo um relatório apresentado pela defesa do ex-deputado, o profissional que fez a cirurgia em Cunha testou positivo para a covid-19.

“Por tal razão, informou que Eduardo Consentino Cunha realizou também referido teste, cujo resultado deve sair em 48 horas, e que caso resulte negativo, deverá ser repetido em sete dias para se certificar de que não é caso de carreador assintomático”, diz trecho da decisão.

Cunha foi condenado em primeira instância a 14 anos e seis meses de reclusão pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

Redação

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