Jogo Sujo

Ex-gráfica recebeu R$ 54 milhões em contratos da Saúde no RJ sem licitação

hospital federal de bonsucesso

Contratos firmados sem licitação por uma gráfica com o governo do estado do Rio de Janeiro e com o Ministério da Saúde revelam indícios de superfaturamento e falhas na documentação. A antiga Fábrica de Ideias Gráfica, que virou Worldpharms e mudou de ramo, recebeu R$ 54,4 milhões em serviços supostamente prestados ao Hospital Federal de Bonsucesso. Criada em julho de 2019, em Guapimirim (RJ), a empresa foi transformada de gráfica em empresa de comércio de insumos hospitalares em maio de 2020.

A denúncia foi publicada pelo portal UOL, que também identificou atrasos na entrega de materiais. A maior unidade federal do estado fluminense, o Hospital de Bonsucesso pagou à Worldpharms R$ 1,387 milhão, no primeiro semestre de 2021, por ampolas de omeprazol e luvas descartáveis. O valor cobrado pelo omeoprazol é o maior  entre os 34 registrados no Painel de Compras Covid-19, site criado pelo Ministério da Economia para a divulgação de preços praticados pelo setor público durante a pandemia.

A secretaria de Saúde do estado do Rio de Janeiro, por sua vez, desembolsou R$ 2,4 milhões de um total de R$ 53 milhões, previstos em três contratos. Todos foram assinados em setembro, para o fornecimento de medicamentos utilizados na intubação de pacientes com covid. Porém, o prazo previsto para a entrega da mercadoria expirou no início de novembro. Cerca de 10% das 1,8 milhão de ampolas de remédios usados em intubação chegaram . Os problemas levaram a Secretaria de Saúde a reduzir pela metade o valor dos contratos, por meio da assinatura de termos aditivos.

A Worldpharms afirmou que pratica “valores de mercado”, “dentro dos parâmetros legais”. Já a Secretaria estadual de Saúde do RJ informou que as aquisições foram realizadas “com a participação direta da Procuradoria-Geral do Estado, e acompanhamento de órgãos de controle interno e externo, como Ministério Público Estadual.

Redação

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