Jogo Sujo

Grupo desviou R$ 11,8 milhões em contratos de TI na Capes, Caesb, Codevasf e Prodemge

Dinheiro apreendido na casa de um dos suspeitos investigados na operação

Um grupo criminoso que fraudava licitações e contratos de serviços de Tecnologia da Informação (TI) de três companhias estatais e uma fundação é alvo de operação da Polícia Federal nesta sexta-feira (18/12), no âmbito da terceira fase da Operação Circuito Fechado. Foram cumpridos 11 mandados de prisão e 25 de busca e apreensão em Brasília, Minas Gerais e São Paulo. Também houve o bloqueio de cerca de R$ 20 milhões em contas bancárias e o sequestro de duas embarcações.

Os desvios atingem a soma de R$ 11,8 milhões e foram realizados pela quadrilha na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), na Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb), na Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e na Companhia de Tecnologia de Informação de Minas Gerais (Prodemge).

Servidores envolvidos criavam falsas demandas por serviços milionários de TI

Para conseguir fraudar os contratos, os criminosos cooptavam servidores. Os funcionários públicos envolvidos, então,  criavam falsas demandas  por serviços de tecnologia. A pesquisa de preços já era viciada, com o acionamento das empresas participantes do esquema. As propostas continham valores bem acima do praticado no mercado. Além disso, os servidores forjavam a necessidade de adquirir valores milionários em assistência técnica, licenças, serviços de consultoria e treinamento.

A fase final da licitação era marcada por “uma disputa artificial de lances entre comparsas, os quais simulavam uma competição que era vencida por uma empresa previamente designada pelo desenvolvedor da ferramenta, dentro de um circuito fechado”, explicaram os investigadores.

Os suspeitos podem responder pelos crimes de peculato, organização criminosa, lavagem de dinheiro, fraude à licitação, falsificação de documento particular, corrupção ativa e passiva.

A Operação Circuito Fechado começou a ser deflagrada em setembro deste ano, conforme o blog noticiou. Naquele mês, os policiais federais constataram desvios de mais de R$ 40 milhões em contratos do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), também referentes a serviços de TI, entre 2012 e 2019.

Redação

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