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Ministério Público investiga casos de autoridades e servidores furando a fila da vacinação

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O Ministério Público está investigando em alguns estados do país denúncias de pessoas que teriam furado fila na primeira fase da vacinação contra a covid-19. Pelo menos em três estados – Amazonas, Bahia, Pernambuco e Sergipe – os promotores estão investigando casos de pessoas fora dos grupos prioritários que receberam a dose.

Em Manaus, foi instaurada uma investigação depois da publicação de fotos circularem no Instagram mostrando duas irmãs recém-formadas em Medicina, pertencentes a uma família de empresários da educação, comemorando o fato de terem sido vacinadas. Ambas foram nomeadas para cargos comissionados na Prefeitura de Manaus na véspera e no dia do início da vacinação na cidade. A vacinação na capital amazonense é destinada para profissionais de saúde que atuam na linha de frente do combate ao coronavírus.

Isabelle Kirk Maddy Lins e Gabrielle Kirk Maddy Lins são filhas de Andrea Kirk Maddy Lima, casada com Nilton da Costa Lins Júnior, presidente da mantenedora da Universidade Nilton Lins. Gabrielle foi nomeada para cargo comissionado na Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) no dia 18 de janeiro, um dia antes do início da vacinação, enquanto Isabelle foi nomeada no dia seguinte.

O prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), afirmou que ambas “atuam na linha de frente de combate ao Covid-19 desde o início de janeiro de 2021”. Porém, o Ministério Público do Amazonas não aceitou a justificativa e abriu investigação para apurar “desvio no grupo de prioridades na vacinação”.

Na Bahia, o Ministério Público Federal e o Ministério Público estadual ajuizaram  na Justiça Federal duas ações  contra o prefeito do município Candiba (BA), Reginaldo Martins Prado (PSD), vacinado  contra a Covid-19 antes do grupo prioritário.

Prefeito de cidade da Paraíba chegou a transmitir vídeo pelas redes sociais recebendo a vacina

Na Paraíba, Abmael de Sousa Lacerda, prefeito do município de  Pombal, a 370 km de João Pessoa, foi o primeiro a tomar a vacina em sua cidade. Conhecido como Dr. Verissinho (MDB), ele não está no grupo prioritário para receber a coronavac nem atua na linha de frente da Saúde. O momento em que o prefeito recebeu a dose chegou a ser transmitido em vídeo pelas suas redes sociais, sendo em seguida aplaudido pelos presentes.

Na Capital Federal, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) cobrou explicações da Secretaria de Saúde sobre servidores que não integram o grupo prioritário de vacinação estarem recebendo a dose. Servidores administrativos chegaram a publicarnas redes sociais fotos recebendo a coronavac. A área administrativa não é grupo prioritário da atual etapa da imunização.

Na primeira etapa da vacinação são considerados grupos prioritários os trabalhadores da saúde, as pessoas de 60 anos ou mais que vivem em abrigos, as pessoas com deficiência institucionalizada e a população indígena vivendo em terras indígenas.

Redação

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