Jogo Sujo

Sócio de empresa investigada pelo TCU e aliado de ex-governador estão entre os novos diretores do Detran-RJ

Governador Witzel nomeia nova diretoria de identificação civil e de TI, decepcionando o eleitor que esperava uma gestão livre de corrupção

O governador Wilson Witzel está transformando o Detran-RJ em área de risco para a sua própria gestão. Entre os novos diretores da estatal nomeados nesta segunda-feira (23/9) por Witzel figuram um notório personagem do governo de Luiz Fernando Pezão, atualmente preso, e um empresário envolvido em denúncias de contratos superfaturados com a Funasa e investigados pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Conforme decisão publicada no Diário Oficial do estado, Gabriel Pinton é o novo Diretor de Identificação Civil do órgão, substituindo Alexandre Bastos Mattioli. Já o empresário Pedro Paulo Thompsom de Vasconcellos foi empossado como diretor de Tecnologia da Informação e Comunicação do Detran-RJ no lugar de Rodrigo Freitas Thomé.

Gabriel Pinton é um velho conhecido da gestão do MDB. Ocupou a vice-presidência de Tecnologia do Proderj (Centro de Tecnologia de Informação e Comunicação do Estado do Rio de Janeiro) no governo de Luiz Fernando Pezão de outubro de 2015 a janeiro deste ano. Além da relação direta com o próprio Pezão, Pinton é bastante próximo também do deputado estadual Gustavo Tutuca (MDB), que teria sido um dos “avalistas” da sua indicação para o Detran-RJ.

Novo diretor de TI é sócio de empresa investigada pelo TCU
Segundo reportagem do jornal O Globo publicada em agosto de 2018 (https://oglobo.globo.com/brasil/brasilia-abriga-empresas-tecnologicas-de-fachada-que-desviam-milhoes-22956355), desde que começou a atuar na esfera pública, em 2009, a PTV embolsou R$ 15,3 milhões do governo. O dono é um dentista, especializado em próteses dentárias. O sócio Pedro Vasconcellos reconheceu ao jornal que a empresa existe apenas de forma virtual e não tem funcionários.

“Olha só, eu compro do fabricante e passo para o governo. Esse valor alto do contrato é por causa do software que a gente intermediou. A parte do serviço é pequenininha, está entendendo?”, teria dito à reportagem. O “pequeno” valor do qual Pedro se referia é o montante de R$ 2,3 milhões pagos por serviços técnicos profissionais como manutenção de software, treinamento de pessoal e transferência de conhecimento. Pedro não soube detalhar como esses serviços estão sendo prestados, se sua empresa não tem quadro funcional e é, como ele mesmo admite, “virtual”.

“Não posso te responder assim, por telefone. Eu tenho um escritório na Presidente Vargas (no Rio de janeiro), mas agora está fechado. Mas o negócio é virtual, tá?”, disse, à época, o recém-nomeado diretor de tecnologia da informação e comunicação do Detran-RJ.

Foto: Agência Brasil

Redação

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