Ao que tudo indica, a gestão de Marcelo Bertolucci à frente do Detran-RJ vai ser breve. O governador Wilson Witzel sofre forte pressão da Assembleia Legislativa do Rio para substituir Bertolucci, empossado na presidência da autarquia há apenas 19 dias. Bertolucci, delegado da Polícia Federal, é visto como um obstáculo aos interesses de deputados da Alerj junto ao órgão. O novo presidente do Detran-RJ foi vice na gestão de Luiz Carlos das Neves, que comandou a instituição entre janeiro e agosto deste ano. Ao lado de Neves, Bertolucci notabilizou-se como um dos condutores do processo de reestruturação e higienização do Departamento de Trânsito do Rio.
Parlamentares do Rio cobram de Witzel mais espaço nos gabinetes do Detran-RJ. O deputado estadual Gustavo Tutuca (MDB) teria sido personagem determinante na queda de Hugo da Costa Silva da Diretoria de Tecnologia da Informação e Comunicação. Em seu lugar assumiu Rodrigo Freitas Thomé. No que depender do apetite dos inquilinos do Palácio Tiradentes, sede do Legislativo fluminense, não vai parar por aí.
Segundo a reportagem do blog apurou, o deputado estadual André Ceciliano (PT), presidente da Alerj, quer emplacar o novo diretor de Identificação Civil, cargo hoje ocupado por Alexandre Bastos Mattioli. Já o deputado federal Altineu Côrtes (MDB) tem interesse em indicar um aliado para a diretoria de Habilitação, atualmente comandada por Jivago de Almeida Moraes.
Exoneração de Neves surpreendeu funcionários
Após sofrer pressão do governo do estado, Luiz Carlos das Neves deixou a presidência do órgão no final de agosto. Ele havia assumido o posto sob a promessa de uma nova gestão, finalmente, sem indicações políticas e marcada pela presença de funcionários efetivos da Casa, após sucessivos escândalos de corrupção. Poucos dias antes de sua exoneração, Neves havia comemorado a queda histórica de 94% no índice de denúncias de corrupção no primeiro semestre, a implantação do Detran Seguro, o fim das vistorias e a redução de 40% na quantidade de reclamações feitas por meio da ouvidoria. Conforme o blog noticiou, diretores do Detran-RJ chegaram a assinar um manifesto em defesa da gestão de Luiz Carlos das Neves, chamando a atenção para o risco de loteamento político do órgão.
Políticos da base política de Witzel querem tomar as rédeas do órgão
O governador Wilson Witzel assumiu com o discurso de moralização do Detran-RJ. No entanto, fatos recentes mostram que o passado bateu à porta da autarquia, um dos maiores focos de corrupção do Rio de Janeiro na gestão de Sergio Cabral. No ano passado, dois presidentes chegaram a ser presos no âmbito da Operação Furna da Onça, desdobramento da Lava Jato: Leonardo Jacob e Vinícius Farah, acusados de distribuir cargos em contrapartida a vantagens indevidas repassadas a parlamentares do estado. O velho estilo de loteamento do órgão parece estar voltando.
A situação se agrava à medida que Wilson Witzel precisa reconstruir sua base de apoio no Legislativo. Na última segunda-feira (16/9), o PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, anunciou o rompimento com o governo do Rio. Diante do momento de circunstancial fragilidade de Witzel, outras siglas vão inflacionar o preço para se manter ou entrar no rol de sustentação do governador na Alerj.
O Pastor Everaldo, presidente do PSC, mesmo partido de Wilson Witzel, busca atrair siglas para a base aliada do governo na Alerj. Para isso, o Detran-RJ é um prato cheio. Além do próprio Everaldo, do presidente da Alerj, André Ceciliano (PT), e do deputado Gustavo Tutuca, Dr. Deodalto (DEM) é outro parlamentar que tenta influenciar na dança das cadeiras no Departamento de Trânsito.
Vale lembrar que Ceciliano é investigado pela Lava Jato por movimentações financeiras suspeitas de funcionários ligados ao seu gabinete que chegariam ao montante de R$ 49 milhões. Por sua vez, Tutuca foi acusado pela Procuradoria Regional Eleitoral por uso eleitoreiro da Fundação Leão XIII. O órgão pediu ao TRE que aplicasse uma multa de R$ 300 mil ao parlamentar.
Já o deputado estadual Dr. Deodalto (DEM) é réu em ação judicial acusado de empregar falsos médicos no Hospital das Clínicas de Belford Roxo (RJ), do qual é sócio. Ele responde por exercício ilegal da medicina, crimes contra a fé pública e falsidade ideológica. Em 2010, Deodalto foi tornado inelegível por oito anos por oferecer, em troca de votos, laqueaduras de trompas a pacientes do Hospital das Clínicas de Bonsucesso.
[…] no entanto, desagradou a base aliada de Witzel. Em setembro, Jogo Sujo antecipou que o governador era cobrado por deputados da Assembleia Legislativa para substituir Bertolucci. A gestão de Neves e de Bertolucci notabilizou-se pelo processo de reestruturação e […]
Senhor Governador não e submeta aos caprichos da ALERJ, você tem um nome a zelar, Foi eleito por milhares, não jogue seu nome no lixo como seus antecessores que estão presos. Faça um bom trabalho e continuará tendo o apoio do povo e dos Servidores do Estado, em especial do DETRAN, órgão que tanto sofreu na mão da ALERJ.
Ô, Governador Witzel, o Detran responde ao Palácio Guanabara ou à cela do Sergio Cabral?
Esse presidente traiu o anterior, tanto que não assinou a carta de repúdio!! Quis assumir, junto com a Alerj e agora está traindo!! Ele já foi candidato a deputado e não foi eleito!! Político também e ajudou a derrubar o presidente anterior, que vinha fazendo uma gestão honesta.
Infelizmente é verdade. O meu esposo foi retirado de sua função de chefia para entregar o posto a um servidor que tem ligações políticas, aqui do outro lado da poça da ponte Rio e Niterói
Não e possível. As coisas tinham melhorado muito para nós, servidores, e para a população, sem essa roubalheira. Esses políticos imundos querem tomar tudo de novo. Temos que fazer alguma coisa.
Alerj, Witzel, tudo da mesma laia. Um absurdo
E eles nem disfarçam, tamanha a cara de pau
Sério o cara é delegado da PF sendo demitido em tempo recorde, nem estagiário que falta muito consegue isso…. será que está sendo neutro mesmo Sr. Governador?
Confio no Governador Witzel. é um homem que quer mudar as coisas. Quer acabar com a corrupção, a maior doença do Rio. Mas se ele começar a fazer acordo e vender cargo para deputado vai decepcionar todos os eleitores que acreditam na mudança.
Os fornecedores do Detran já podem botar as barbas de molho. A “caixinha de Natal” que dura o ano todo vai voltar.
Sergio Cabral voltou ao Palácio Guanabara? Já conhecemos os próximos capítulos
Será possível? Muda o governador, muda os deputados, mas a roubalheira permanece.