Jogo Sujo

Obras no Castelão: Ciro Gomes é investigado pela Polícia Federal

Ciro Gomes

O ex-governadores do Ceará e irmãos Ciro Gomes e Cid Gomes foram alvos de busca e apreensão da Polícia Federal nesta quarta-feira (15/12).  A Operação Colosseum foi deflagrada para apurar supostas fraudes e pagamento de propinas a servidores públicos relativas às obras no estádio Castelão, em Fortaleza, entre 2010 e 2013. Há suspeita de favorecimento à Galvão Engenharia. Quatro executivos da empreiteira fecharam acordos de colaboração premiada.

Foram cumpridos ao todo 14 mandados de busca e apreensão em endereços de Fortaleza e das cidades de Meruoca (CE), Juazeiro do Norte (CE), São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG) e São Luís (MA). Os mandados foram expedidos pela 32ª Vara Federal Criminal no Ceará. A Justiça também determinou a quebra dos sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático dos irmãos Gomes.

Segundo os investigadores federais, houve um “possível pagamento de vantagem indevida para que a Galvão Engenharia obtivesse êxito no processo licitatório da Arena Castelão e, na fase de execução contratual, recebesse valores devidos pelo Governo do Estado ao longo da execução da obra de reforma, ampliação, adequação, operação e manutenção do Estádio”.

A PF afirma ainda ter chegado a indícios de pagamentos de R$ 11 milhões em propinas pagas em dinheiro em espécie ou disfarçadas de doações eleitorais. Notas fiscais fraudulentas teriam sido emitidas por empresas fantasmas. Os investigados podem responder por lavagem de dinheiro, fraudes em licitações, associação criminosa e corrupção ativa e passiva.

“Ação tardia tenta criar danos à minha pré-candidatura à Presidência”, afirma Ciro Gomes

Em suas redes sociais, Ciro Gomes acusou o presidente Jair Bolsonaro de transformar o país em um “Estado policial”. Para ele, a ação da PF tem o objetivo de prejudicar sua pré-campanha ao Planato.

“Não tenho dúvida de que esta ação tão tardia e despropositada tem o objetivo claro de tentar criar danos à minha pré-candidatura à Presidência da República. Da mesma forma tentaram 15 dias antes do primeiro turno da eleição de 2018”, disse ele.

O presidenciável ainda afirmou que as ordens judiciais são abusivas.

“Até esta manhã, eu imaginava que vivíamos, mesmo com todas imperfeições, em um pais democrático. Mas depois da Policia Federal subordinada a Bolsonaro, com ordem judicial abusiva de busca e apreensão, ter vindo a minha casa, não tenho mais dúvida de que Bolsonaro transformou o Brasil num Estado Policial que se oculta sob falsa capa de legalidade. O pretexto era de recolher supostas provas de um suposto esquema de favorecimento a uma empresa na licitação das obras do Estádio do Castelão para a Copa do Mundo de 2014. Chega a ser pitoresco. O Brasil todo sabe que o Castelão foi o estádio da Copa com maior concorrência, o primeiro a ser entregue e o mais barato construído para Copas do Mundo desde 2002. Ou seja, foi o estádio mais econômico e transparente já feito para a Copa do Mundo”, publicou.

O ex-ministro da Integração Nacional também se defendeu, afirmando que nunca manteve nenhum tipo de contato com os delatores.

“Tenho 40 anos de vida pública e nunca fui acusado nem processado por corrupção”, garantiu.

Redação

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