Jogo Sujo

Operação Alcatraz: polícia aponta presidente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina como sócio oculto de empresa favorecida

Operação Alcatraz

Para os investigadores, Julio Garcia (PSD) foi beneficiado por esquema que envolveu superfaturamento de serviços de gestão de linhas telefônicas do estado

Um dos relatórios da Operação Alcatraz entregue pela Polícia Federal à Justiça define o presidente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), o deputado Julio Garcia (PSD), como “sócio oculto” da Apporti, vencedora de licitações da Secretaria de Administração. O deputado e outras 20 pessoas foram indiciados pela PF. A Apporti pertence ao empresário Jefferson Rodrigues Colombo, genro da ex-mulher de Júlio Garcia. Julio César Garcia e Jefferson Rodrigues Colombo foram indiciados por fraude a licitação, organização criminosa, corrupção ativa e ocultação de bens. Em nota, o presidente da Alesc se diz indignado com as acusações e que vai provar sua inocência. A Alesc disse que não vai se manifestar, pois a instituição não é alvo da operação.

Ao longo da investigação, a polícia apurou indícios de fraude e superfaturamento em pregão vencido pela Apporti para gestão de linhas telefônicas do estado. O relatório aponta que as empresas tinham os mesmos sócios, apontando “conluio” entre elas. Localizada em Florianópolis, a Apporti venceu uma licitação em 2016 pela Secretaria de Administração do Governo do Estado. A PF aponta que o valor mensal dos serviços da Apporti era de R$ 45,9 mil, mas que a empresa subcontratava um fornecedor para fazer o serviço por R$ 8 mil. Segundo a polícia, essa sobra de 38 mil favoreceria Jefferson e Júlio Garcia.

“Planilha J.G.” indica pagamentos mensais de R$ 30 e 80 mil que seriam destinados ao deputado
O relatório de mais de mil páginas aponta dezenas de pagamentos feitos por Jefferson em favor de Julio Garcia para a compra de imóveis, vagas de garagem, veículos, viagens e pagamentos de salários de funcionários. Há documentos e boletos apreendidos em nome do deputado pagos pela empresa. A PF afirma que, analisando a movimentação bancária de Jeferson, os pagamentos chegam a mais de R$ 2,5 milhões. A Polícia Federal também apresentou como prova uma planilha encontrada numa agenda de Jefferson, denominada Planilha J.G., com nomes e razões para os pagamentos. A planilha, segundo os investigadores, evidencia créditos mensais de R$ 30 mil e R$ 80 mil de origem não identificada e, pelos indícios apontados, o real beneficiário desses créditos seria o deputado Júlio Garcia.

Redação

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