Jogo Sujo

Prefeituras do Amapá gastaram R$ 1,5 milhão com remédios sem eficácia contra Covid

Operação Inconcinnus Amapá

Pelo menos R$ 1,5 milhão foram pagos por duas prefeituras do Amapá a uma empresa comandada por “laranjas”, para comprar medicamentos para combater a Covid-19. Alguns desses medicamentos sequer têm eficácia contra a doença, afirmou a Polícia Federal, que deflarou a Operação Inconcinnus no Amapá, no Rio de Janeiro e em São Paulo.

As prefeituras de Santana e de Pedra Branca do Amapari usaram recursos do Fundo Municipal de Saúde para efetuar o pagamento, dizem os investigadores. Em Santana, sequer houve a entrega dos produtos. A prefeitura de Santana declarou que “vem colaborando com a investigação da PF, de forma a dispor de todas as informações solicitadas sobre o referido processo”.

Medicamentos comprados, como ivermectina, não são eficazes contra o coronavírus

A PF também apurou indícios de que a empresa ganhadora da licitação no Amapá não tinha capacidade técnica para fornecer os remédios. Entre os medicamentos comprados pelo município de Santana, estavam azitromicina (antibiótico), hidroxicloroquina (usado no tratamento de artrite e lúpus), nitazoxamida (antiparasitário) e ivermectina (vermífugo), que, conforme a Associação Médica Brasileira, “não possuem eficácia científica comprovada de benefício no tratamento ou prevenção da Covid-19”.

A polícia afirma que, em Santana, houve adulteração de documentos, validado a licitação e dado direcionamento à vencedora. Também já foram identificadas divergências de assinaturas no procedimento de dispensa de licitação. A mesma empresa foi contratada pelo município de Pedra Branca do Amapari.

A PF cumpriu 13 mandados em 5 residências de pessoas que eram servidoras públicas à época dos fatos. Também foram realizadas buscas na suposta sede da empresa contratada, fora do Amapá, no Rio de Janeiro e na residência da administradora, em Nova Iguaçu (RJ).

Redação

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