Jogo Sujo

Superfaturamento na compra de remédios em Nova Friburgo (RJ) teria causado prejuízo de 600 mil reais

Nova Friburgo

Esquema foi denunciado por vereadores do município. O Midazolam 500 mg, por exemplo, que custaria R$ 2,25 pela licitação, foi comprado por R$ 13,80 através de uma ata – um faturamento de 513%.

Uma suposta fraude na compra de medicamentos da Prefeitura de Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio de Janeiro, é o novo alvo da Polícia Federal, que realiza a Operação Carona de Duque na manhã desta quarta-feira (22/01), em conjunto com o Ministério Público Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU).

Seis mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos no Rio de Janeiro, São Gonçalo, Niterói e Nova Friburgo. Segundo a PF, o esquema teria resultado em um prejuízo de R$ 600 mil. Os crimes estariam sendo praticados desde 2017.

O MPF já estava em posse de documentos, resultado de uma investigação do vereador Professor Pierre (PSOL), com o apoio dos vereadores Jhonny Maicon, Zezinho do Caminhão, Marcinho e Wellington Moreira. Os documento indicariam superfaturamento de medicamentos comprados via “Ata de Adesão de Preços” de Duque de Caixas.

Um dos exemplos é o medicamento Midazolam 500 mg, agente indutor do sono. Pelo processo de licitação 1.077/16, ele custaria R$ 2,25, mas foi comprado via Ata por R$ 13,80 – um faturamento de 513%. O Losartana Potássica 50 mg, na caixa com 30, custa, em média, R$ 2,69, mas a Prefeitura valor 50% a mais.

– Os desvios de conduta reportados são graves e têm relação direta com a deterioração dos serviços de saúde pública no município, no ano de 2017 em diante, que vem afetando milhares de pessoas usuárias do SUS em Nova Friburgo e região circunvizinha – relatam os procuradores da República João Felipe Villa do Miu e Felipe Almeida Bogado Leite, responsáveis pela investigação.

As fraudes seriam praticadas desde o período de transição da gestão do prefeito Rogério Cabral (DEM) para a gestão de Renato Bravo (PP), indica a Polícia Federal.

Prefeitura atual se defende
Em nota, a Prefeitura minimizou as denúncias e afirmou que que todo o trâmite processual aconteceu dentro da legalidade, sem prejuízos ao erário público, e que o processo começou na gestão anterior, em janeiro de 2016, tendo sido feita uma ata com base em estudos de preço através de uma Comissão de Transição. A nota diz ainda que “a explanação do professor Pierre não passa de bravata com intuito politiqueiro de induzir a população ao erro.”

Redação

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