Jogo Sujo

Uma estranha “lealdade” ao DNIT

Hugo Leal (PSD)

O que será que o deputado federal Hugo Leal (PSD-RJ) enxergou no DNIT? A julgar por suas intensas movimentações junto ao Ministério da Economia e à Pasta da Infraestrutura, a autarquia ocupa hoje lugar central na agenda de interesses do parlamentar. Leal articula daqui e costura dali um aumento do repasse de verbas ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte. Além de garimpar mais recursos, passou a defender com afinco o aumento da carteira de projetos do DNIT e até mesmo que ele assuma concessões hoje nas mãos de grupos privados.

Tomando-se como base o currículo de um e o histórico de outro, a interseção entre Hugo Leal e o DNIT cheira a borracha queimada no asfalto. Entre 2003 e 2005, o parlamentar foi presidente do Detran-RJ, tradicional depósito de esqueletos e ossadas de sucessivos governos do Rio. Leal foi investigado pelo Ministério Público por supostamente fechar contratos de prestação de serviços para beneficiar o empresário Arthur Soares, conhecido como Rei Arthur, denunciado pela Lava Jato e foragido nos Estados Unidos.

Não para por aí. Em sua delação premiada, o ex-presidente da Fetranspor Lélio Teixeira incluiu Leal numa lista de autoridades que supostamente tem recebido recursos ilegais de empresas de ônibus do Rio entre 2014 e 2016.

DNIT é alvo de constantes denúncias de corrupção

O DNIT, por sua vez, tem se notabilizado ao longo do tempo como um antro de denúncias de corrupção. O episódio mais recente foi registrado em Minas Gerais. A Polícia Federal desvendou o que ela classificou como um “sistema institucional de desvio de recursos públicos” por parte de servidores da autarquia no estado. O prejuízo aos cofres públicos é calculado em mais de R$ 500 milhões.

Redação

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