Em entrevista concedida à imprensa, o governador afastado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), criticou o Ministério Público Federal (MPF) por denunciá-lo com base na palavra de seu ex-secretário de Saúde, Edmar Santos, a quem acusa de roubar R$ 18 milhões. Segundo Witzel, o MPF “fala um monte de coisa que não é comprovada”. A denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) inclui a esposa do governador eleito em 2018, Helena Witzel.
O ex-secretário Edmar Santos apontou Witzel como o líder de uma organização criminosa que desviou recursos da Secretaria de Saúde destinados ao combate à Covid-19. Ele chegou a ser preso em julho de 2020 e responde a acusações de peculato e organização criminosa. Na última segunda-feira (15/3), a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) decidiu suspender Edmar da função de professor de anestesiologia da Faculdade de Medicina.
“Minha esposa não advogou para nenhuma empresa com contrato com o estado, nunca recebi nenhum valor ilícito para dar qualquer decisão e estou sendo acusado única e exclusivamente pela palavra do delator, que foi surpreendido com mais de RS 8 milhões. O empresário Edson Torres diz que pagou R$ 18 milhões, ele só devolveu R$ 8 milhões, pode voltar para cadeia por conta disso”, acusou Witzel.
O governador afastado, no entanto, não apresentou provas da acusação contra Santos.
“Quando ele [Edmar Santos] se viu na situação de ser surpreendido com mais de R$ 8 milhões em espécie, a única saída que teve —é um homem inteligente, médico, doutor—, foi construir uma narrativa que colocasse a responsabilidade sobre mim. O que o livrou da cadeia foi fazer uma confissão dizendo todos os absurdos que falou em relação a mim, reclamou Witzel, que rejeita comparações com o ex-governador Sérgio Cabral.
Cabral é “réu confesso” e pode até ter desviado bilhões de reais — o que “não é seu caso”, afirmou.
“A Adriana Ancelmo [ex-esposa de Cabral] advogava para a Cedae, recebeu milhões de reais por advogar para a Cedae. A Helena [Witzel, sua esposa] é advogada, mas não advogou para nenhuma empresa que tenha vínculo com o estado”, comentou.
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