Jogo Sujo

Ex-presidente da OAS revela que pagou 2% do valor de contratos para Fernando Bezerra, líder do governo no Senado

Léo Pinheiro, da OAS

Léo Pinheiro relatou detalhes em colaboração premiada sobre rotina de supostos pagamentos ao atual líder do governo Bolsonaro

O empresário Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, afirmou em delação premiada que o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB/PE), líder do Governo Bolsonaro no Senado, recebia propina equivalente a 2% sobre valor de obras executadas pela empreiteira em Pernambuco. O relato de Léo Pinheiro foi homologado pelo Supremo Tribunal Federal em setembro.

Os pagamentos ilícitos teriam ocorrido, segundo o empresário, quando Bezerra exercia o cargo de ministro da Integração Nacional (2011-2013). Segundo o delator, os repasses também eram realizados em troca da liberação de verbas da pasta então dirigida por Bezerra. No período, a OAS teve vários contratos de obras no Porto de Suape. De acordo com Léo Pinheiro, os contratos renderam propina a integrantes do governo pernambucano. Bezerra, na versão do delator, indicou uma gráfica e uma empresa de publicidade para firmarem contratos fictícios para que a empreiteira repassasse caixa dois à campanha de Eduardo Campos em 2010. Ainda segundo o delator, o diretor da empresa lhe informou que 2% da propina relacionada à obra seriam para Bezerra e 3% para o então governador Teotônio Vilela Filho (PSDB).

Em nota, o criminalista André Callegari, que defende o senador, disse que confia que a investigação será arquivada. “Conforme jurisprudência já assentada pelo STF, a palavra do colaborador isoladamente não é apta sequer para receber uma denúncia.”

No dia 19 de setembro, a PF fez buscas nos endereços dos Bezerra, inclusive nos gabinetes de ambos no Senado e na Câmara, o que provocou forte reação de aliados do senador e do deputado.

Redação

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