Dez pessoas foram presas em uma operação deflagrada pela Polícia Civil em São Miguel do Iguaçu, no oeste do Paraná. A ação investiga suspeitos de envolvimento em fraudes em licitações no município. Conforme as investigações, o município estava comprando pedras por um valor acima da média dos demais municípios da região. Contratos no valor de R$ 19 milhões são investigados.
Foram cumpridos nove mandados de prisão temporária e um mandado de prisão preventiva. Também foram expedidos ainda 36 mandados de busca e apreensão, sendo três em Foz do Iguaçu, dois em Itaipulândia e 31 em São Miguel do Iguaçu. Um dos mandados de busca e apreensão foi cumprido na Câmara de Vereadores de São Miguel do Iguaçu.
De acordo com a polícia, a vereadora Flávia Dartora (PRB) apareceu como sócia-proprietária no contrato de uma das empresas investigadas. O marido dela, o empresário André Fernandes, foi preso na operação. A defesa do casal disse que eles irão se manifestar apenas no processo.
A Câmara de São Miguel do Iguaçu disse que não vai se manifestar e que não teve acesso ao processo. As investigações sobre o esquema começaram há três meses. As licitações, que são alvo das investigações, acontecem desde 2013.
Uso de “laranjas”, falsa concorrência e envolvimento de secretários municipais
De acordo com a delegada Rita de Cássia Camargo Lira, os investigados fraudaram licitações para a compra de pedras pelo município, usando “laranjas” na constituição de empresas vencedoras dos leilões. Três empresas diferentes venceram licitações para o fornecimento de material para a administração municipal, mas elas eram de fato comandadas pelas mesmas pessoas. “O que ocorria é que a cada licitação troca-se a empresa, mas as pessoas de fato por trás destas empresas eram as mesmas, o que fere o princípio da concorrência”, afirmou a delegada.
A polícia informou que há envolvimento de secretários municipais em fraudes na contratação de serviços de locação de caminhões e máquinas e aquisição de pedras.
Roubam ate nas pedras,gente!