O Ministério Público do Rio (MPRJ) realiza, na manhã desta quarta-feira (18/12), uma operação que mira ex-assessores do senador Flávio Bolsonaro, entre eles Fabrício Queiroz, policial militar aposentado, e Ana Cristina Siqueira Valle, ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro. A ação cumpre mandados de busca e apreensão na investigação da prática de “rachadinha” no gabinete do parlamentar na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).
Os mandados de busca e apreensão atingem 96 pessoas e empresas e foram deferidos pela juiz Flávio Itabaiana de Oliveira Nicolau, da 27ª Vara Criminal do Rio. O Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção confirmou que foram cumpridos 24 mandados de busca e apreensão para investigar supostas movimentações suspeitas envolvendo Fabrício Queiroz. Em razão do sigilo das investigações, o GAECC/MPRJ não pode oferecer mais informações, informou à imprensa o MPRJ.
A investigação foi instaurada em julho de 2018 e obteve na Justiça em maio deste ano a quebra dos sigilos fiscal e bancário de 96 pessoas e empresas, incluindo Queiroz e Flávio, tendo como base o relatório do antigo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf, hoje Unidade de Inteligência Financeira). O documento constatou movimentação atípica de Queiroz num total de R$ 1,2 milhão entre 2016 e 2017. O caso ficou parado, pois aguardava decisão sobre a legalidade do compartilhamento das informações do Coaf sem autorização judicial, aprovada no final de novembro pelo STF. As medidas cautelares de hoje atingem sobretudo ex-assessores que também tiveram o sigilo quebrado pelo Tribunal de Justiça do Rio em abril.
O mandado de busca e apreensão também autorizou o MP a ter “acesso a extração de qualquer conteúdo armazenado nos materiais apreendidos, inclusive registros de diálogos telefônicos ou telemáticos, como mensagens SMS ou de aplicativos WhatsApp” dos investigados.
O policial aposentado Fabrício Queiroz trabalhou por mais de dez anos como segurança e motorista de Flávio Bolsonaro, o filho mais velho do presidente e deputado fluminense de 2003 a 2018. Queiroz recebia da Alerj um salário de R$ 8.517 e acumulava rendimentos mensais de R$ 12,6 mil da Polícia Militar. Ele foi exonerado do gabinete de Flávio em outubro de 2018.
Entre os investigados, estão Fabrício Queiroz, ex-motorista e ex-chefe de segurança de Flávio Bolsonaro; Evelyn Queiroz, filha do ex-assessor; José Procópio Valle, ex-sogro de Bolsonaro; Andrea Siqueira Valle, ex-cunhada de Bolsonaro; Francisco Diniz, primo de Ana Cristina; Daniela Gomes e Juliana Vargas, primas de Ana Cristina; Maria José de Siqueira e Silva, Ana Maria Siqueira Hudson e Marina Siqueira Diniz, tias de Ana Cristina; e Guilherme dos Santos Hudson, tio de Ana Cristina. Nove parentes de Ana Cristina Siqueira Valle, ex-mulher de Bolsonaro, foram lotados no gabinete de Flávio entre 2003 e 2018.
Defesa de Queiroz
O advogado Paulo Klein, que defende Fabricio Queiroz, considera a operação desnecessária.
“A defesa de Fabrício Queiroz recebe a informação a respeito da recente medida de busca apreensão com tranquilidade e ao mesmo tempo surpresa, pois absolutamente desnecessária, uma vez que ele sempre colaborou com as investigações, já tendo, inclusive, apresentado todos os esclarecimentos a respeito dos fatos. Ademais, surpreende que mesmo o MP reconhecendo que o juízo de primeira instância seria incompetente para processar e julgar qualquer pedido relacionado ao ex-deputado o tenha feito e obtido a referida decisão, repita-se, de forma absolutamente desnecessária”, comunicou.
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daqui a pouco vao legalizar as rachadinhas e dar 1 tapa na nossa cara
Tem que investigar, doa a quem doer
Isso é perseguição do MP! #sqn