Jogo Sujo

Operação Faroeste: desembargadora delata ex-secretário de Segurança da Bahia

Operação Faroeste

A delação premiada da desembargadora do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), Sandra Inês Rusciolelli, e de seu filho Vasco Rusciolelli, menciona 68 pessoas que podem estar envolvidas na venda de sentenças judiciais na Bahia, investigada pela Operação Faroeste. A colaboração foi homologada em junho.

De acordo com informações divulgadas pela Folha de S.Paulo, foram citados 12 desembargadores do TJ-BA, 12 juízes, 15 advogados e 16 funcionários do TJ-BA, além de dezenas de filhos de e parentes de magistrados. Um político com mandato no Congresso Nacional também teria sido citado, assim como empresários e agentes públicos. O ex-secretário de Segurança Pública e delegado da Polícia Federal, Maurício Barbosa.

Grampeado por investigadores em conversa em maio de 2019, o ex-secretário de Segurança Pública da Bahia, Maurício Barbosa, após ser procurado por um empresário da área de segurança interessado em contrato público, afirmou ser contra licitação por menor preço.

– Valeu meu irmão, tamo junto. É… veja se você precisar de qualquer apoio aí com Mariana, até que a gente interceda lá no processo, fazer porra de licitação pra menor preço não rapaz… botar sua lá… viu… – diz.

Oeste baiano é região conhecida por ser um importante polo do agronegócio

Parte da delação à Operação Faroeste esclarece como foi formado o esquema que envolvia o pagamento de propinas a magistrados para decisões judiciais favoráveis a grilagem de terras no Oeste da Bahia, conforme o blog noticiou. O oeste baiano é um cobiçado polo de agronegócio.Um dos interessados nas vastas terras é o empresário Adailton Maturino, conhecido como “falso cônsul”, que se encontra preso preventivamente.

A desembargadora Sandra Inês foi presa em março de 2020 no âmbito da Operação Faroeste. Em setembro, ela e seu filho foram para prisão domiciliar com o uso da tornozeleira eletrônica. Ambos foram denunciados sob acusação da prática dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro e de integrar organização criminosa. Segundo o Ministério Público Federal, eles negociaram propinas de R$ 4 milhões e receberam, efetivamente, R$ 2,4 milhões.

 

Redação

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