Jogo Sujo

Operação Faroeste: MP denuncia empresário agropecuário, juiz e advogados

TJ BAHIA

O Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) denunciou, no âmbito da Operação Faroeste, o juiz Sérgio Humberto, os advogados Júlio César e Vanderlei Chilante e o empresário Nelson José Vigolo, representante da Bom Jesus Agropecuária. Conforme o blog noticiou, a força-tarefa combate um esquema de vendas de sentenças para a grilagem de terras no oeste da Bahia, o que já levou à prisão desembargadoras do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA).

Os quatro foram denunciados, por meio da Procuradoria-Geral de Justiça e do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais (Gaeco) por crimes de lavagem de dinheiro e corrupção.

Conforme a petição inicial enviada ao TJ-BA, os denunciados integraram organização criminosa, em conjunto com uma desembargadora e o filho dela, para enfrentar grupo econômico liderado pelo “falso cônsul” Adailton Maturino. De acordo com a denúncia, foi acordado o pagamento de R$ 1 milhão ao magistrado para que ele se declarasse suspeito nos processos de interesse do Grupo Bom Jesus Agropecuária, com o objetivo de o juiz Sergio Humberto não proferir novas decisões desfavoráveis.

O pagamento da propina ao juiz teria sido realizado em espécie e o saque foi realizado pelo advogado Júlio César da conta bancária de Nelson Vigolo, e o dinheiro depositado, de maneira fracionada, na conta de um “laranja”.

De acordo com o MP-BA, a organização criminosa denunciada pela Operação Faroeste era composta pela desembargadora Sandra Inês Rusciolelli, o filho Vasco Rusciolelli, os advogados Júlio César Chilante, além do produtor rural Nelson José Vigolo, representante da Bom Jesus Agropecuária. O objetivo da quadrilha era enfrentar o grupo encabeçado por Adailton Maturino, entre o final de 2017 e 24 de março de 2020.

Na ação penal da Operação Faroeste, foi narrado que eles pactuaram o montante de R$ 4 milhões, sendo que foram pagos, efetivamente R$ 2,4 milhões, em benefício da Bom Jesus Agropecuária. A imputação dos crimes de corrupção, lavagem de ativos e pertinência em organização criminosa, por envolver uma desembargadora, está tendo seu processamento perante o Superior Tribunal de Justiça.

 

Redação

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