Redação
A Operação Antonov, realizada pelo Gaeco do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), que investiga o pagamento de vantagem indevida em contrapartida à alteração legislativa distrital que reduziu o ICMS de aviação civil de 25% para 12%, tem como alvos as empresas aéreas Latam e Gol, e o ex-deputado federal Eduardo Cunha.
Na semana passada, agentes do Gaeco e policiais militares de São Paulo cumpriram mandado de busca e apreensão na sede da Latam, em São Paulo. Segundo os investigadores, o ex-deputado federal e então presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (RJ) teria recebido propina entre 2012 e 2014, juntamente com o vice-governador do DF Tadeu Filippelli.
Gol e Latam teriam repassado dinheiro para uma das empresas de Funaro que, por sua vez, passou o dinheiro para a C3 Atividades de Internet, empresa administrada pela mulher de Eduardo Cunha. Ambos pertenciam ao MDB e teriam recebido dinheiro em troca de alteração de lei na Câmara Legislativa para redução de alíquota de ICMS para querosene de avião.
A lei 5.095, de 8 de abril de 2013, alterou a Lei nº 1.254/96 para reduzir a alíquota do ICMS do querosene de aviação civil de 25% para 12%. Para o MPDFT, há indícios de pagamento de propina por parte das companhias aéreas Gol e Latam. Já foram cumpridos 20 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal e nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Goiás.
Investigação surgiu a partir de delação premiada do doleiro Lucio Funaro
A Operação Antonov tevm como origem a colaboração premiada celebrada entre o Ministério Público Federal e o doleiro Lucio Bolonha Funaro. O nome Antonov faz referência ao Antonov NA-225, o maior avião cargueiro de asa fixa do mundo, com capacidade para mais de 360 mil quilos de querosene de aviação. A Latam disse que não tem informações sobre a investigação e que irá colaborar com as autoridades competentes. Já a Gol informou que apermanece cooperando com as autoridades para prestar as informações necessárias.
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