Jogo Sujo

Governo pediu propina de US$ 1 por vacina, denuncia representante de empresa de insumos

Roberto Dias Agência Brasil

O representante da Davati Medical Supply no Brasil, Luiz Paulo Dominguetti, afirmou ao jornal Folha de S. Paulo que o diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias, pediu propina de US$ 1 por cada dose de vacina AstraZeneca para assinar o contrato. Horas depois da publicação da reportagem, o governo divulgou uma nota anunciando a exoneração de Roberto Dias.

Dominguetti afirma ter procurado o governo para negociar 400 milhões de doses da vacina da AstraZeneca. Já Roberto Dias se diz alvo de retaliação por ter cobrado de Dominguetti que comprovasse representar a AstraZeneca, o que, segundo o diretor, nunca aconteceu.

Segundo o relato de Dominguetti, o pedido do diretor do Mnistério foi feito durante um jantar em fevereiro, em um restaurante de Brasília. Ele afirmou ter respondido que não pagaria propina, mas que Dias reiterou que “para trabalhar dentro do ministério, tem que compor com o grupo”.

O ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, nomeado em 2019, foi indicado para o cargo  pelo deputado Ricardo Barros (PP-PR), de acordo com a Folha. Ele foi ministro da Saúde no governo Michel Temer e atual líder do governo Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados. Porém, por meio de sua rede social, negou ter feito a indicação de Roberto Dias.

CPI da Covid deve convocar Dominguetti 

“Denúncia forte. Vamos convocar o senhor Luiz Paulo Dominguetti Pereira para depor na #CPIdaPandemia na próxima sexta-feira, dia 02/07”, publicou o vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), em rede social.

A AstraZeneca, porém, informou que não possui intermediários no Brasil e que todas as doses de vacina do laboratório estão disponíveis por meio de acordos firmados com governos e organizações multilaterais, como o consórcio internacional Covax Facility.  Já a Davati, com sede nos Estados Unidos, informou ter sido procurada por um de seus representantes no Brasil para que ajudasse a encontrar vacinas contra a Covid para o país, mas que nunca foi formalmente respondida.

“Portanto, a apresentação entre o governo e o vendedor nunca foi feita, e a discussão nunca avançou para um contrato”, acrescentou.

Redação

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