A Polícia Federal indiciou o senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Covid, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. De acordo com os investigadores, ele recebeu R$ 1 milhão em propina da empreiteira Odebrecht no ano de 2012. O inquérito foi aberto em 2017. Agora, o Supremo Tribunal Federal (STF) deve enviar o caso para a Procuradoria Geral da República (PGR), que decide se denuncia o parlamentar. O senador responderá ao processo se o STF aceitar a representação e não arquivar o caso.
De acordo com o inquérito, Renan Calheiros teria recebido o dinheiro em maio de 2012 em troca de sua atuação no Congresso Nacional pela aprovação de medida que restringia incentivos fiscais a produtos importados, que vinham sendo concedidos pelos estados. O objetivo seria beneficiar a Braskem. Ele teria o codinome “Justiça” no sistema da Odebrecht.
Em nota, o parlamentar negou envolvimento no caso.
“O Senador Renan Calheiros é investigado desde 2009 pela Procuradoria-Geral da República. Sob o aspecto investigativo, a sua vida foi devassada e jamais foi encontrado qualquer indício de ilicitude sobre os seus atos. Nunca tratou, tampouco autorizou ou consentiu que terceiros falassem em seu nome. Por fim, importante salientar que aproximadamente dois terços das investigações contra o Senador já foram arquivadas por falta de provas. Assim como os demais inquéritos, a Defesa está confiante que a investigação da Odebrecht também será arquivada, até porque nenhuma prova foi produzida em desfavor do Senador, restando, somente, a palavra isolada dos delatores.”
Em comunicado enviado a jornalistas, o senador ainda se diz surpreso com o inquérito, pois, segundo ele, a PF “não tem competência” para indiciá-lo. Além disso, afirmou que, como relator da CPI da Covid, não vai se “intimidar”.
“A Polícia Federal não tem competência para indiciar senador. Apenas o STF. Essa investigação está aberta desde março de 2017 e como não encontraram prova alguma, pediram prorrogação. Estou surpreso que justamente agora, quando a PF, instituição de Estado, abre investigação sobre a Precisa para facilitar Habeas Corpus do vendedor da vacina da propina e garantir seu silêncio na CPI. Mas não irei me intimidar. Os culpados pelas mortes, pelo atraso das vacinas, pela cloroquina e pela propina irão pagar”, comunicou.
Comentar