Jogo Sujo

Líder do governo Bolsonaro recebeu propina quando era ministro de Dilma, acusa PF

Senador Fernando Bezerra

O senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), que é líder do governo Bolsonaro no Senado, foi indiciado pela Polícia Federal sob a acusação de recebimento de proprina no valor de R$ 10 milhões. De acordo com os investigadores, ele recebeu o dinheiro de empreiteiras quando era ministro da Integração Nacional do governo Dilma Rousseff.

A conclusão do inquérito da Polícia Federal foi enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foi indiciado o deputado Fernando Bezerra Coelho Filho (DEM-PE), filho do líder do governo. Ambos foram indiciados por  falsidade ideológica, falsidade ideológica eleitoral, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A PF ainda solicitou bloqueio de R$ 20 milhões nas contas bancárias dos indiciados.

O inquérito afirma “haver provas suficientes da materialidade de diversas práticas criminosas nos eventos investigados neste inquérito, notadamente com relação à prática dos delitos de corrupção passiva, corrupção ativa, lavagem de dinheiro, associação criminosa, falsidade ideológica e omissão de prestação de contas”.

O empresário Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, afirmou em delação premiada, em 2019, que o senador recebia propina equivalente a 2% sobre valor de obras executadas pela empreiteira em Pernambuco. O relato de Léo Pinheiro foi homologado pelo STF naquele ano.

A PF ainda afirma que “restou demonstrado que Fernando Bezerra de Souza Coelho e Fernando Bezerra de Souza Coelho Filho receberam direta e indiretamente R$ 10.443.900,00 pagos pelas empreiteiras OAS, Barbosa Mello e Constremac/Mendes Junior entre os anos de 2012 a 2014″.
Há ainda suspeita de Caixa 2 para financiar as campanhas eleitoras do atual senador, que foi alvo de buscas em seu gabinete no Senado em 2019. O caso permanece sob os cuidados da Procuradoria-Geral da República (PGR), que deverá decidir se apresenta denúncia contra o senador ou se arquivará a mesma.
A defesa do senador pernambucano afirmou que o relatório final é uma opinião isolada.
“A defesa do senador Fernando Bezerra Coelho esclarece que o relatório final do inquérito 4513 não passa de opinião isolada do seu subscritor, que, inclusive, se arvora em atribuições que sequer lhe pertencem, sem qualquer força jurídica vinculante. Essa investigação, nascida da palavra falsa de um criminoso confesso, é mais uma tentativa de criminalização da política, como tantas outras hoje escancaradas e devidamente arquivadas”, diz o comunicado assinado pelos advogados André Callegari e Ariel Weber.

Redação

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