Jogo Sujo

Nova forma de “rachadinha” desviou quase R$ 3 milhões da Câmara de Sete Lagoas (MG)

Servidores obtinham empréstimos consignados bancários, que eram repassados a vereadores do município mineiro

O Ministério Público e a Polícia Civil investigam desvios de verbas da Câmara Municipal de Sete Lagoas, na região central de Minas Gerais. Segundo as investigações, servidores e vereadores da Casa estariam envolvidos em um repasse ilegal de quase R$ 3 milhões.

Um mandato de busca e apreensão foi cumprido ontem (4/9) na casa do ex-servidor João Gualberto Gonçalves, e R$ 2.960.362,74 foram bloqueados em bens móveis e imóveis relacionados ao investigado. O promotor Fabrício José da Fonseca explicou que foi constatada a prática de uma nova forma de “rachadinha” através de empréstimos consignados.

— Servidores da Câmara que ocupavam cargos em comissão eram contratados com o compromisso de obter empréstimos consignados na Caixa e repassar os valores aos vereadores. Parte deles foram pagos com recursos públicos. Era uma forma de desviar recursos públicos por meio de agentes que ocupavam cargos em comissão, uma nova forma de “rachadinha”. Não “rachadinha” com os salários, mas utilizando esses valores levantados com empréstimos. Após a obtenção dos valores, eles eram repassados a alguns vereadores — disse.

Venda ilegal de férias também desviava dinheiro público
As investigações ainda estão em curso. Fabrício Fonseca informou ainda que a venda ilegal de férias também pode ter sido usada para o desvio de dinheiro público.

— Também investigamos, e há indícios, de desvio de recursos por meio da venda ilegal de férias. Não há nesse exato momento como apurar o número total de investigados nem o valor total desviado dos cofres da Câmara, estamos ainda em fase de apuração. Esta primeira fase se destinou a levantar provas dos destinatários e dos mentores intelectuais desse esquema de desvio de recursos públicos — finalizou.

O MP acredita que os investigados possam ter praticado os crimes de associação criminosa, peculato, concussão, corrupção passiva, corrupção ativa e lavagem de bens, direitos e valores.

Fonte: Hoje em Dia

Redação

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