Jogo Sujo

Odebrecht fecha acordo com BID e vai pagar 50 milhões de dólares a obras de caridade

Os pagamentos serão feitos para acertar acusações relacionadas a práticas de suborno em países da América Latina

A construtora brasileira Odebrecht pagará US$ 50 milhões em contribuições para caridade para acertar alegações de suborno, no âmbito de um acordo fechado com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), informou a entidade financeira sediada em Washington. Os pagamentos serão direcionados para organizações sem fins lucrativos que operam na América Latina. Pelo acordo, certas subsidiárias da Odebrecht também estarão proibidas de concorrer em projetos financiados pelo banco durante períodos variados de tempo, disse o BID. O acordo é o mais recente de uma longa série de revezes para a construtora, que se tornou um dos mais importantes alvos da investigação de corrupção na Petrobrás.

Além disso, a Odebrecht e a companhia petroquímica Braskem fecharam em 2016 acordos paralelos com autoridades em três países para pagar até US$ 4,5 bilhões, como parte do maior acordo anticorrupção da história. A Braskem é parcialmente controlada pela Odebrecht e pela Petrobrás.

Os acordos com autoridades de EUA, Brasil e Suíça levaram a investigações de corrupção em outras nações latino-americanas nas quais as duas empresas operam. No mês passado, a construtora entrou com pedido de recuperação judicial nos EUA, pouco após fazer o mesmo no Brasil, em junho.

Subsidiárias da empresa brasileira sofrerão restrições em projetos do BID nos próximos anos
O BID afirmou que sua investigação revelou evidência de pagamentos de propina relacionados a contratos para uma usina hidrelétrica na Venezuela e um projeto de reabilitação de uma rodovia no estado de São Paulo. A empreiteira não contestava a evidência, disse o BID, e deve fazer o pagamento de US$ 50 milhões a instituições de caridade até 2024.

A Construtora Norberto Odebrecht (CNO), subsidiária da Odebrecht, não poderá concorrer a projetos do BID durante seis anos, segundo o banco. Outra subsidiária, a Odebrecht Engenharia e Construção, terá restrições por dez anos, e poderá participar de projetos financiados pelo banco apenas se cumprir totalmente as condições do acordo. Uma série de outras subsidiárias também tiveram restrições anunciada no âmbito do acordo, informou o BID.

Redação

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