Jogo Sujo

Polícia e Receita Estadual desarticulam braço financeiro de milícia da Baixada Fluminense (RJ)

milícia polícia civil

Um dos integrantes do bando, um vendedor de gás, possui patrimônio de R$ 15 milhões. Cinco pessoas foram presas e R$ 29 milhões estão bloqueados

A Polícia Civil do Rio de Janeiro, a Receita Estadual e a Agência Nacional do Petróleo (ANP) realizam, na manhã desta terça-feira (28/04), a Operação Pax Romana com o objetivo de quebrar o braço financeiro de uma milícia que age na Baixada Fluminense.

Estão sendo cumpridos cinco mandados de prisão e 68 de busca e apreensão. A ação visa ainda a indisponibilidade de 33 imóveis e 115 veículos, além do bloqueio de 207 bens no valor total de mais de R$ 29 milhões.

Segundo a delegada Patrícia Alemany, chefe do Departamento Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (DGCOR-LD), as investigações começaram a partir de relatórios de inteligencia financeira do Coaf. A quadrilhausava uma empresa distribuidora de gás para fazer a lavagem de dinheiro proveniente da prática de crimes. A quadrilha atua em bairros da Zona Oeste e nos municípios  de Nova Iguaçu e Seropédica, na Baixada Fluminense.

Vendedor de gás tinha patrimônio de R$ 15 milhões
“Um dos cabeças da quadrilha era há cerca de dez anos um vendedor de gás, agora tem patrimônio de R$ 15 milhões”, disse a delegada, referindo-se ao criminoso conhecido como Cadu do Gás, que já tinha sido detido uma operação da corregedoria da PM em 2018 contra policiais que agiam em milícias na Baixada, mas acabou solto.

De acordo com o apurado, foram identificadas movimentações incompatíveis dos investigados e pessoas jurídicas em mais de R$ 1 milhão, entre 2016 e 2018. O bando teria movimentado ainda cerca de R$ 28 milhões de transações atípicas, no período de 2018 a 2019, e aproximadamente R$160 milhões só no mês de janeiro desse ano.

A polícia afirma que o grupo monopolizou a comercialização de bujões em bairros de Nova Iguaçu e Seropédica.

Durante as investigações foram identificados ainda outros crimes praticados pela organização criminosa, que impedia a livre concorrência de empresas e serviços nas regiões onde agem, obrigando os moradores a consumirem produtos e serviços oferecidos ilegalmente por eles. A quadrilha é investigada pelos crimes de organização criminosa, lavagem de capitais e crime contra a ordem econômica.

Participam da operação o Ministério Público e várias delegacias, como a a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), a Delegacia Fazendária, a Delegacia de Roubos e Furtos de Carga (DRFC) e a 26ª DP (Todos os Santos), além da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e a Secretaria Estadual de Fazenda.

Redação

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