Jogo Sujo

Senador Romário recebeu R$ 3,5 milhões em troca de apoio a Pezão, delata Cabral

Romário

O ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, relatou em sua delação à Polícia Federal que o partido ao qual era filiado, o PMDB (hoje MDB), pagou ao senador Romário propina em troca de apoio à candidatura do seu sucessor, Luiz Fernando Pezão, nas eleições de 2014. O acordo teria sido feito no segundo turno das eleições de 2014 para o governo do estado por R$ 5 milhões, além da promessa de Romário indicar o presidente da Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec). A delação consta no relatório policial número 091 /2019, que faz parte do conteúdo da delação premiada.

Cabral, porém, revelou mais detalhes: Romário teria recebido R$ 3,5 milhões e o pagamento teria sido viabilizado por Hudson Braga, na época subsecretário estadual de Obras do governo. Hudson, preso em 2016, usou a estrutura financeira montada no governo Cabral, a chamada “taxa de oxigênio”, que correspondia a 1%  de propina do valor de contratos públicos pagos pelas empreiteiras. Hudson Braga foi preso em 2016, junto com Cabral.

O suposto acordo entre Romário e o partido do PMDB configura a prática dos crimes de Corrupção Passiva (art, 317 do CP) e Corrupção Ativa (art. 333 do CP), informou a PF.

“O repasse teria sido feito por Hudson Braga junto uma pessoa indicada por Romário e que foi seu assessor e responsável pelas finanças da campanha ao Senado Federal, em 2014”, afirmou Sérgio Cabral na delação aos investigadores.

Cabral também revelou que, eleito governador, Pezão não cumpriu acordo de nomear uma pessoa da relação de Romário para a Faetec-RJ. Pezão e Hudson teriam relatado a ele que Romário “estava chateado em virtude do não cumprimento integral do acordo financeiro e de não ter sido nomeada a pessoa de sua confiança para a Faetec”, comentou o ex-governador com os investigadores

O ex-jogador desejava ocupar a Secretaria de Esporte e Lazer do Estado do Rio, o que não foi realizado, pois seu partido, o PSB, já ocupava a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Por este motivo, de acordo com Cabral, Romário teria feito algumas críticas sobre as obras da Copa do Mundo, como a do Maracanã.

Em comunicado à imprensa, o senador Romário negou participação nos crimes relatados pelo ex-governador:

“Essas delações têm servido amplamente para difamar adversários políticos para conseguir benefícios judiciais, sem que nada tenha sido provado” e que “Cabral é um mentiroso”.

Redação

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